Num mês de festividades acaba por não existir grandes novidades de política na área tecnológica. No entanto, 2025 entra quase com os mesmos assuntos do ano passado. Agora, já sabemos os países que apoiam e os que estão contra as medidas do Chat Control (chatcontrol.eu) e não se espantem ao ver Portugal na lista dos que estão a favor, porque infelizmente está lá.
Já falei nisto, no passado, mas, para quem não sabe, a Comissão Europeia propõe obrigar as empresas que fornecem serviços de comunicação como o Gmail e o WhatsApp, entre outros, a serem também polícias digitais. Ou seja, quer que pesquisem de forma automática todos os chats, mensagens e e-mails privados em busca de conteúdos suspeitos – de forma geral e indiscriminada – com o suposto objectivo de encontrar pedófilos e outros criminosos.
Mesmo que estas medidas tenham alegadas boas intenções, estamos a abrir um precedente e podem ter efeitos colaterais perigosos, abrindo caminho para a vigilância em massa e o abuso de poder. O acesso indiscriminado às conversas online representa uma grave ameaça à privacidade, liberdade e democracia.
É uma medida desproporcional, pois sacrifica a privacidade de todos em nome de combater um crime específico, além de não focar na raiz do problema. Já para não falar que estas medidas podem quebrar ou enfraquecer algoritmos criptográficos pondo em causa a segurança online.