Conhecido como o ‘Pai da Internet’, Tim Berners-Lee esteve em palco com John Bruce: os dois criaram a Inrupt, em 2018, uma empresa que nasceu com a missão de transformar a forma como os dados pessoais são armazenados e geridos online.
A conversa, que fechou o segundo dia no palco principal da Web Summit, foi moderada por uma jornalista da CNBC (Karen Tso), acabou por ficar muito focada no produto que esta empresa vende, ao invés de de falar sobre o futuro geral da Internet – aliás, o tema desta conversa era ‘I Invented the Web: Here’s How to Make it Better’.
Tendo como foco principal «devolver aos indivíduos o controle sobre os seus dados, proporcionando-lhes um ambiente mais seguro, descentralizado e privado», a Inrupt tem na sua base a tecnologia Solid (Social Linked Data), um protocolo desenvolvido por Tim Berners-Lee que permite armazenar dados pessoais em PODS (Personal Online Data Stores).
Segundo John Bruce, esta solução tem uma vantagem em relação às bases de dados tradicionais: «Uma coisa é um ataque a uma base de dados com milhares de informações pessoais, há um inventivo monetário para os hackers, que podem ter acesso a múltiplos dados. Outra é ter coisa é ter uma carteira digital própria».
A visão da Inrupt é de um «ecossistema onde as pessoas tenham controlo sobre os seus dados, decidindo quando e com quem partilhar, minimizando riscos de privacidade e de exploração indevida de informações», disse o CEO. Para Tim Berners-Lee, esta mudança de paradigma é o ponto de partida para uma «nova abordagem mais ética e centrada no utilizador para a utilização de dados online».
A conversa sobre o actual estado da Internet e dos avanços na forma como a IA está a moldar a nova World Wide Web durou pouco: ainda assim, deu para perceber que Tim Berners-Lee diz estarmos a viver uma «nova revolução», num alinhamento com a ideia que Brad Smith passou numa apresentação que aconteceu no mesmo palco, horas antes.
O “pai da Internet” disse ainda que este momento não é comparável com o que aconteceu há 35 anos, quando se deu o pontapé de saída para o “universo” do WWW: «Hoje, as pessoas têm um poder que eu não tinha há 35 anos».