O vice-chairman e presidente da Microsoft foi o cabeça de cartaz da manhã do segundo dia da Web Summit, como speaker da sessão ‘The Next GPT’ – apesar de esta sigla ser associada a ‘generative pre-trained transformer’ (no contexto de LLM de IA), Brad Smith deu-lhe um novo significado.
Para o histórico representante da Microsoft, GPT é ‘general purpose technology’, uma tecnologia massificada e responsável pelas diversas revoluções industriais, em concreto o vapor, a electricidade, a computorização e, agora, a IA.
«As GPT foram o motor das revoluções industriais, mas o mais importante não é a inovação que trazem: o que tem de ser tido em conta é a forma de a difusão, ou seja, como se “espalham” por um país e pela economia, levando o máximo de pessoas a adoptar uma tecnologia – isso é que é importante», disse Brad Smith.
Para fazer uma comparação com o momento actual, em que a IA é o “motor” da quarta revolução industrial, o vice-chairman e presidente da Microsoft centrou-se na importância dos progressos trazidos pela electricidade: «Trouxe prosperidade, transformou e criou uma nova economia, tal como a IA o está a fazer agora, com um ecossistema revolucionário».
Brad Smith destacou ainda o papel da Microsoft neste “novo mundo” dominado pelas várias inovações de IA: «Estamos a construir uma infraestrutura, não apenas para a Microsoft, mas para todo o ecossistema, para que as startups possam usar a nossa plataforma para desenvolver aplicações. É preciso muito dinheiro e muita coragem para criar as bases que tornam acessível a IA a todos».
Contudo, esta quarta revolução industrial não pode ser feita como as anteriores: «Temos a oportunidade de criar uma nova economia de IA, mas ir ainda mais longe e ser a melhor das três que a antecederam». Para isso, Brad Smith garante que «não basta fazer melhor», mas sim de forma «mais inteligente, segura, responsável e sustentável, adicionado novas fontes verdes de energia, além de ter legislação apropriada».
Para terminar, o vice-chairman e presidente da Microsoft voltou a fazer uma analogia entre IA e a revolução trazida pela electricidade: «Quase 140 anos depois de ter sido criada a primeira rede eléctrica em Manhattan, 3/4 da população mundial não tem acesso a este recurso e esta é uma das maiores tragédias tecnológicas a que o mundo já assistiu – com a IA, não podemos cometer o mesmo erro».