As CPU para dispositivos móveis Intel Lunar Lake integraram de forma controversa a memória do sistema directamente no SoC, evitando assim que os utilizadores pudessem instalar RAM adicional. Agora, durante a mais recente apresentação de resultados, a empresa culpou parcialmente esta decisão pela quebra nos lucros. Para além disto, os planos de reestruturação da Intel podem passar pela redução ou cessação do desenvolvimento das GPU Arc para desktop.
Durante a apresentação de resultados do terceiro trimestre de 2024 da empresa, a Intel confirmou que os seus futuros chips para computadores portáteis vão voltar a permitira utilização de módulos de memória RAM externos ao processador, revertendo assim a mudança radical que foi levada a cabo com os Lunar Lake. A empresa está também a reavaliar o desenvolvimento de GPU para os próximos anos.
As CPU para dispositivos móveis Lunar Lake Core Ultra 200V, lançados recentemente, vêm com 16 ou 32 GB de memória integrada no próprio chip. A Intel diz que esta alteração reduz o consumo de energia durante as transferências de memória em 40 por cento, mas os utilizadores ficam presos à RAM que acompanha o dispositivo.
Quando questionado se a empresa continuaria a utilizar este design, o CEO Pat Gelsinger confirmou que os chips baseados nas futuras arquitecturas Panther Lake e Nova Lake não utilizarão memória integrada. Além disso, Gelsinger descreveu o Lunar Lake como um projecto único inicialmente destinado a um nicho de mercado antes de crescer em resposta ao mercado emergente de PC com IA.
O CFO da Intel, David Zinsner, admitiu que a integração da memória nos chips teve impacto significativo nas margens brutas dos Lunar Lake. Os comentários foram feitos durante a apresentação de resultados que ocorreu depois da publicação do relatório financeiro do terceiro trimestre de 2024 da empresa, que mostra um prejuízo líquido de 16,6 mil milhões de dólares – 10 vezes o prejuízo do trimestre anterior de 1,6 mil milhões de dólares. Os analistas esperam que a Intel registe prejuízos de milhares de milhões em 2024 no geral, o primeiro prejuízo líquido anual da empresa desde 1986.
Ao discutir o futuro, Gelsinger mencionou planos para agilizar a oferta de produtos da empresa para simplificar o desenvolvimento. Isto significa a disponibilização de menos modelos em todas as linhas de produtos e com a possibilidade de abandonar o desenvolvimento de GPU. Gelsinger disse a procura de placas gráficas dedicadas vai decrescer no futuro.
Em 2022, a Intel lançou a sua primeira linha de placas gráficas, as Arc Alchemist, mas os atrasos colocaram os componentes empresa atrás das ofertas dos concorrentes Nvidia e AMD. A Intel ganhou apenas alguns pontos percentuais de quota de mercado nos últimos dois anos, e esta pequena fatia evaporou-se completamente no segundo semestre de 2024.