Não houve muitas surpresas no evento anual da Apple que serve para anunciar os novos iPhone, Apple Watches e Airpods. Os vários rumores e leaks que foram saindo nos últimos meses acertaram em (quase) tudo, o que faz com que estas apresentações sejam mais confirmações do que já se sabe que, propriamente, novidades.
Os iPhone 16, Plus, Pro, Pro Max, assim como os Apple Watch Series 10, Ultra 2, AirPods 2, Pro 2 e Max (apenas com novas cores e USB-C) já podem ser reservados no site da Apple e chegam às lojas a 20 de Setembro. Nesta apresentação, a marca deu um grande foco à sua plataforma de inteligência artificial, mas a mesma não vai chegar a Portugal e à Europa, pelo menos numa primeira fase.
Como sempre, as keynotes da Apple começam com as novas versões dos acessórios da maçã: os relógios inteligentes e os auscultadores/earbuds. Este ano não foi diferente, com o Apple Watch Series 10 e o Apple Watch Ultra 2 a serem os primeiros protagonistas.
Apple Watch Series 10 | 459 euros
A comemorar dez anos, o relógio inteligente da Apple vem com um ecrã OLED LTPO3 40% mais brilhante que o anterior modelo e que é mesmo maior que o do novo Ultra 2. Aqui, a marca reduziu a moldura e também a espessura, que agora tem 9,7 mm, com caixas em titânio ou alumínio (é 20% mais leve que a versão anterior, a Series 9).
Os Series 10 vêm com o chip S10, uma autonomia de 18 horas e pode carregar 80% da capacidade em meia hora. O que acontece pela primeira vez num Apple Watch é a reprodução de música, já que, até agora, os altifalantes do relógio serviam apenas para ter chamadas em alta voz.
Entre as outras novidades de destaque estão o sensor de temperatura da água, de profundidade até seis metros e a capacidade de detectar apneia do sono: aqui, a Apple usa o acelerómetro do relógio para analisar a respiração do utilizador, durante a noite. Contudo, esta é uma funcionalidade que ainda está dependente da aprovação da FDA, a autoridade dos EUA que supervisiona assuntos relacionados com a saúde.
Apple Watch Ultra 2 | 909 euros
O mais poderoso relógio inteligente da Apple tem como principal novidade um apontamento estético: uma caixa em preto, que mantém o formato da primeira edição, ou seja, 49 mm, em «titânio resistente de qualidade aerospacial». O ecrã é um Retina OLED LTPO2.
A detecção de apneia do sono e app Sinais Vitais (que analisa métricas como a frequência respiratória ou duração do sono, para ver se são as típicas do utilizador ou se há algo que foge ao padrão) também estão neste relógio topo de gama.
Em relação ao Series 10, o Ultra pode ir até 100 metros de profundidade (50 no modelo-base), continua a ter uma sirene de emergência e chega às 36 horas de utilização normal. Neste modelo, chegar aos 80% de carga dura o dobro do Series 10: uma hora.
AirPods 4 | 149 euros
Os auriculares da Apple foram anunciados em duas versões: com e sem cancelamento activo de ruído. O ANC é uma estreia neste modelo de entrada de gama, que, nesta versão, traz ainda Áudio Adaptável e modo Transparência – ambos permitem termos mais noção do que está à nossa volta.
Os AirPods 4 com esta tecnologia têm ainda uma caixa que emite um som para sabermos onde está, ao usar a app Encontrar, tal como acontece com as AirTags. A autonomia com o ANC ligado é de quatro horas, menos uma que no modelo que não tem esta tecnologia (ou quando estiver desligada). A ligação passa ainda a ser USB-C.
AirPods Pro 2 | 279 euros
O principal destaque deste modelo é o seu teste de audição, que permite ajustar todos os recursos tendo em conta os resultados – a ideia da Apple é que estes auscultadores funcionem quase com um aparelho auditivo. Na demo mostrada pela marca foi possível ver alguém a usar os AirPods Pro 2 para ouvir melhor uma conversa, por exemplo.
As funcionalidades de Teste Auditivo, Aparelho Auditivo Nota e Redução de Sons Altos não ficam já disponíveis, uma vez que as duas primeiras estão dependentes de aprovação da FDA. A Apple diz que chegam no Outono de 2024, sem avançar com uma data concreta. Outra das novidades é a caixa poder ser carregada com o carregador dos Apple Watch ou com qualquer base que seja compatível com indução.
iPhone 16 e 16 Plus | 989 e 1139 euros
As estrelas destas keynotes da Apple são sempre os novos modelos de iPhone. Este ano, as principais novidades foram servidas em dose dupla: como os leaks tinham apontado, o módulo traseiro das câmaras tem um novo formato, na linha do iPhone X; e passa a haver um botão dedicado para a imagem, o Controlo da Câmara.
Este botão surge nivelado com o chassis do iPhone e é compatível com gestos de deslizar e tocar para controlar a app da máquina fotográfica câmara, servindo inclusive de botão de disparo. A câmara, dupla, tem um sensor principal Fusion de 48 MP e uma nova ultra grande angular de 12 MP com focagem automática e um modo macro; o zoom óptico máximo é de 6x.
Com um chip A18 (salta o A17, que não existe), o iPhone 16 tem ainda o Botão Acção que se tinha estreado em 2023, nos modelos Pro; capacidade de enviar mensagens por satélite (outra feature dos Pro do ano passado) e uma GPU 40 % mais poderosa que a do iPhone 15, o que faz com que seja compatível com jogos AAA como Assassin’s Creed Mirage e Resident Evil 4, um exclusivo, até agora, dos modelos Pro.
O smartphone da Apple tem ainda novas cores, como o Azul Ultramarino e o Verde Azulado; o Plus tem um ecrã de 6,7 polegadas e o iPhone de entrada, de 6,1, ambos Super Retina XDR, com taxa de actualização de 60 Hz e 2000 nits de brilho máximo.
iPhone 16 Pro e Pro Max | 1249 e 1499 euros
As reservas destes dois modelos, tal como nos iPhone 16 e 16 Plus, ficam disponíveis a partir das 13 horas de 13 de Setembro (a próxima Sexta-Feira), embora cheguem aos clientes ao mesmo tempo dos outros modelos e acessórios, 20 de Setembro. No design, não há mudanças ao nível do módulo traseiro das câmaras, mas temos uma novidade nas cores: Titânio‑Deserto.
Estes novos modelos têm, ainda, ecrãs Super Retina XDR maiores que os seus antecessores: o iPhone 16 Pro passa a ter 6,3 polegadas (6,1 no 15 Pro) e o 16 Pro Max chega às 6,9 (6,7 no 15 Pro Max). Ambos têm ainda as «bordas mais finas de qualquer smartphone ou tablet da Apple», sublinhou a marca.
O processador é o A18 pro, com os mesmos seis núcleos de CPU e GPU que os 15 Pro, assim como uma NPU de 16 núcleos. Mesmo assim, a Apple diz que o desempenho em relação aos modelos do ano passado foi optimizado: são 15% mais rápidos.
Já as câmaras, o sensor principal de 48 MP passa a ser Pro Fusion. A câmara ultra grande angular também foi melhorada em relação aos 15 Pro e tem 48 MP; a teleobjectiva de 5x mantém-se nos 12 MP. Aqui, a grande novidade está na gravação de vídeo (com estes novos modelos é possível captar imagens 4K a 120 fps) e de áudio (temos quatro microfones com «qualidade de estúdio»).