A inspiração para os novos Lunar Lake da Intel, que receberem o nome comercial Core Ultra Series 2 veio directamente dos processadores com tecnologia Arm, nomeadamente os chips M da Apple e os Snapdragon X Elite usados nos novos Copilot+ PC. Esta inspiração levou a Intel a desenhar chips muito diferentes daquilo a que nos habituou.
As mudanças mais importantes foram a integração da memória RAM directamente no chip, o abandona da tecnologia hyperthreading e a redução da quantidade de núcleos do processador, entre outras.
A nova família de processadores Core Ultra 200V é composta por 9 modelos, todos com quatro núcleos P (desempenho) Lion Cove e quatro núcleos E (eficiência) Skymont com velocidades de relógio diferentes em cada modelo que vai dos 4,5 aos 5.1 GHz em modo boost. A memória RAM integrada LPDDR5X-8533 pode ter 16 ou 32 GB de capacidade. A capacidade da memória cache do CPU pode ter 8 ou 12 MB e é acompanhada de 8 MB de Side Cache, que funciona da mesma forma das caches que se encontram em processadores Arm. Todos os modelos de CPU têm um desempenho de 5 TOPS em tarefas de IA.
No que respeita aos TDP, vai dos 8 ao 17 W na maioria dos modelos, já o mais potente, o Core Ultra 9 288V tem um TDP de 30 W.
No que respeita aos gráficos, os novos chips trazem um GPU Arc 100-V com arquitectura Xe2 e 7 ou 8 núcleos de processamento capazes de funcionar de 1,85 a 2,05 GHz. Estas diferenças afectam o desempenho em IA e a Intel diz que é entre 53 e 67 TOP dependendo do modelo.
A Intel também separou o desempenho em IA do NPU por modelo. Alguns chips só conseguem atingir os mínimos definidos pela Microsoft, 40 TOPS. Já os modelos mais altos vão dos 40 aos 120 TOPS.
De acordo com os testes de desempenho publicados pela Intel, os novos chips Core Ultra 200V conseguem alcançar os chips Apple e Qualcomm e até ultrapassá-los em algumas situações.
A Intel diz que os novos Core Ultra Series 2 oferecem uma maior autonomia de bateria e mais desempenho por watt de energia que é gasto. Um dos grandes argumentos de venda dos processadores Arm é o baixo consumo energético, mas a Intel, com estes chips, conseguiu provar que arquitectura x86 consegue obter poupanças de energia semelhantes. É claro que uma coisa é o que a Intel coloca na sua informação oficial e outra completamente diferente são os testes efectuados no mundo real.
Um último argumento a favor dos novos chips Intel é não ser necessário usar uma camada de emulação para que as aplicações feitas para chips com arquitectura x86 funcionem no computador.
Apesar de estes serem os primeiros chips a cumprirem os requisitos de desempenho definidos pela Microsoft para poderem ser usados em Copilot+ PC, os primeiros exemplares de computadores com o novo hardware terão a designação ‘Copilot+ Ready’ porque as funcionalidades de inteligência artificial do Windows 11 só vão chegar aos processadores x86 em Novembro.
Os primeiros PC com estes processadores devem começar a chegar às lojas em Setembro.