A startup portuguesa, com sede em Lisboa, nasceu com o objectivo único de «resolver um problema exclusivamente científico» e dar resposta a uma questão: «Será possível cortar totalmente a dependência operacional de fornecedores de cloud individualmente no armazenamento de dados?», lembra Ricardo Mendes, CEO e co-fundador. Alysson Bessani e Tiago Oliveira, o responsável e os colegas investigadores do grupo de I&D da LASIGE (Universidade de Lisboa), começaram cedo a desenvolver a tecnologia que, hoje, é a base da solução da Vawlt, mas apenas anos mais tarde começaram a operar enquanto empresa. O empreendedor revela que conseguiram «provar, não apenas que é possível, mas também mais eficiente, seguro, e com vários benefícios que extravasam o plano operacional e financeiro» fazer o armazenamento dos dados num ambiente multicloud. Assim, em 2019, após terem sido «desafiados por várias entidades», a tecnologia chegou ao mercado e tem «feito o seu caminho rumo à visão da Vawlt», acrescenta. Esta, passa por «conceder às organizações o controlo total sobre os seus dados, fomentando um mundo onde a segurança e a soberania dos dados são salvaguardadas sem esforço».
O ouro das empresas
Ricardo Mendes esclarece que, actualmente, os «dados são o novo ouro» e que ter controlo sobre os mesmos «deixou de ser uma questão apenas operacional relacionada com a continuidade da operação de um negócio», para ser uma questão «estratégica e de longo prazo». É por este motivo que a solução da Vawlt tem tido tanto sucesso e já conseguiu captar financiamento no valor total de três milhões euros. Assim, a startup desenvolveu um software que cria uma «abstração de uma “supercloud” segura e independente feita em cima de múltiplos fornecedores de nuvem (pública ou privada) e/ou soluções on-premise, fornecendo privacidade, integridade, tolerância a faltas ao nível do fornecedor, e ainda protecção contra ataques, como os de ransomware», para que as organizações nunca percam o seu bem mais precioso: os dados. Estes, podem ser armazenados em ficheiros ou objectos, são «encriptados» e, depois, «partidos em segmentos e distribuídos por múltiplos fornecedores de armazenamento», que podem ser facilmente substituídos, para que as empresas não fiquem «dependentes de qualquer fornecedor de cloud». Tudo isto permite benefícios de «eficiência e desempenho», assegura o CEO da Vawlt. «É a solução a ter em conta para estratégias de armazenamento e protecção de dados verdadeiramente sólidas e saudáveis no longo prazo», garante Ricardo Mendes.
Futuro passa pela internacionalização
Hoje, a Vawlt tem «mais de duzentos clientes a nível nacional» e «alguns clientes iniciais» em outros países. Agora, os planos passam pela expansão internacional, salienta Ricardo Mendes: «Já temos várias actividades em curso tanto no centro e norte da Europa e Reino Unido, como no Brasil, que têm demonstrado óptima aceitação e interesse. Estes são os alvos, no imediato. Planeamos fazer abordagens iniciais ao mercado norte americano no segundo trimestre de 2025». A longo prazo, as metas estão também delineadas, já que a startup tem tido um «bom feedback», quer do «mercado», quer «dos clientes». Com sete colaboradores, a startup está «activamente a recrutar para várias áreas, desde desenvolvimento de produtos a vendas e marketing», entre outras, e quer «triplicar a equipa» durante 2024. O responsável diz que a Vawlt tem uma «solução que acrescenta muito valor às empresas, tanto no domínio estratégico como operacional» e que esta «só vai melhorar». Assim, a ambição passa por «ganhar um espaço relevante no mercado global de armazenamento e da protecção de dados». O CEO reconhece que o desafio é «grande», mas assegura que a qualidade e resiliência» da Vawlt também.