É oficial: os cabos, auscultadores e outros acessórios que tínhamos de anteriores iPhones (desde o modelo 5) acabam de ganhar um bilhete só de ida para o caixote do lixo. É verdade que a Apple andava a empurrar com a barriga a adopção do USB-C e, mesmo assim, teve de ser uma directiva europeia a obrigar a empresa a fazer a mudança; mas também não deixa de ser um facto que isto vai criar bastante lixo electrónico, mesmo que se diga que há adaptadores que podem resolver o problema. No fundo, acaba por ser mais uma oportunidade para a Apple fazer dinheiro: já existe um destes acessórios com o logo da maçã à venda por 35 euros. É caso para dizer que ser amigo do ambiente tem um preço.
A novidade insular e uma nova câmara
Fora esta mudança de ligação, o iPhone 15 (o modelo base, que a Vodafone nos enviou para teste) acaba por seguir a tradição da Apple, em anos consecutivos: as mudanças não justificam a troca do modelo anterior, ainda que haja alguns argumentos que podem fazer o coração dos fanboys balançar – destacamos dois.
O primeiro tem que ver com as câmaras traseiras: a principal, grande angular, passou dos 12 para os 48 MP, embora a ultra grande angular tenha mantido os 12 MP da versão anterior, assim como as características técnicas. À frente, é como no clássico filme de guerra: (A Oeste) Nada de Novo.
O segundo tem que ver com a adopção de uma característica que passa dos modelos Pro anunciados em 2022: os iPhone 15 passam a ter a Dynamic Island, um recurso mais estético que outra coisa que reflecte as interacções e que temos com várias funcionalidades (e apps) do smartphone. Não deixa de ser, contudo, uma feature que dá ao iOS deste “entrada de gama” da Apple um ar mais premium.
Um grama é um grama
O iPhone 15, tem ainda algumas “migalhas”, que entram no grupo das ligeiras afinações, que a Apple costuma fazer de um ano para o outro. O peso é ligeiramente inferior ao 14 – um grama (a fazer lembrar a conhecida frase de Vale e Azevedo: «Um cêntimo é um cêntimo»), com a sensação geral a ser a de termos um equipamento peso-pluma nas mãos e que nos dá alguns sustos nos bolsos (será que está lá ou já o perdemos?); o ecrã tem mais brilho (2000 contra 1200 nit de pico) e ligeiramente mais resolução que o iPhone de 2022; e a bateria também aparece com uma capacidade reforçada, subindo para os 3349 mAh (3279, no 14).
Sobre o desempenho, não se pode dizer mal do iPhone 15: controlar o hardware e o software é um dos pergaminhos da Apple e, mesmo com um processador do ano passado, o iPhone envergonha muitos modelos deste ano e ultrapassa-os em alguns benchmarks.
Distribuidor: Apple
Preço: €989 (Vodafone)
Benchmarks
- AnTuTu: 1 367 653
- 3D Mark Wild Life: 12 517
- GeekBench 6 Single CPU: 2596
- GeekBench 6 Multi CPU: 3898
- GeekBench 6 GPU: 13 641
- PassMark PerformanceTest Mobile: 10 409
- Autonomia: 600 minutos
Ficha Técnica
Processador: A16 Bionic
Memória: 6 GB
Armazenamento: 128 GB
Câmaras: 60 MP (traseiras) + 12 MP (frontal)
Ecrã: Super Retina XDR OLED, HDR10 (1179 x 2556), 461 ppi
Bateria: 3349 mAh
Dimensões: 147,6 x 71,6 x 7,8 mm
Peso: 171 gr