Esta semana, a Agência Espacial Europeia partilhou aquela que será a primeira fotografia que mostra «tantas galáxias do Aglomerado de Perseus com um nível de pormenor tão elevado», algumas destas a uma distância de dez mil milhões de anos-luz.
A fotografia foi captada pelo Euclides, cuja missão é criar o «maior e mais preciso mapa 3D do Universo», foi, no entanto, superada pelas novas imagens do James Webb, o telescópio da NASA colocado em órbita no final de 2021.
Lembre-se que, em Junho de 2022, o James Webb tinha enviado a sua primeira fotografia: um aglomerado de galáxias como estava há 4,6 mil milhões de anos.
Segundo o site Phys.org, estas fotos vão ajudar um grupo de astrónomos australianos a «desvendar os segredos de como as galáxias infantis iniciaram uma explosão de formação de estrelas nos primórdios do Universo».
E, se o Euclides conseguiu fotografar galáxias além do Aglomerado de Perseus como estavam há dez mil milhões de anos-luz, o James Webb foi mais longe: «Os astrónomos descobriram a prevalência destas galáxias brilhantes há cerca de doze mil milhões de anos».
As fotos mostram ainda, segundo o Phys.org, que «quase 90% das galáxias do Universo primitivo tinham um gás tão brilhante que ofuscava estrelas emergentes, produzindo as chamadas «extreme emission line» (algo como ‘linhas de emissão extremas’).
«Os nossos resultados sugerem que cada uma destas galáxias tinha pelo menos uma galáxia vizinha próxima. A interacção entre estas galáxias faria com que o gás arrefecesse e desencadeasse um episódio intenso de formação estelar, resultando nestas linhas de emissão extremas», explica Anshu Gupta, o líder do grupo de astrónomos que analisou as imagens.
No Phys.org está a explicação completa sobre esta descoberta, assim como uma comparação de imagens tiradas pelo Hubble e pelo James Webb das mesmas galáxias, para que se perceba o nível de detalhe de que este último telescópio é capaz.