Começou por ser anunciado em 2019, teve chegada prevista para Portugal em 2020, foi “reagendado” para 2021 mas só agora é que vai ficar operacional: o supercomputador Deucalion vai, finalmente, ficar acessível à «comunidade académica e de investigação, às empresas e à administração pública».
O anúncio foi feito pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), com a inauguração a ficar marcada para a tarde de hoje, na Universidade do Minho, em concreto no Minho Advanced Computing Centre (MACC).
Como já era sabido, o Deucalion é um supercomputador de nível petascale e é capaz de executar, pelo menos, 10 PFlops (dez mil milhões de milhões de cálculos por segundo). No MACC, o Deucalion junta-se ao BOB, o outro supercomputador que já existia neste pólo científico nacional.
Inteligência artificial, medicina personalizada, design de fármacos e novos materiais, observação da Terra e oceanos, combate às alterações climáticas e fogos, criação de smart cities, ordenamento do território e mobilidade veículos autónomos são alguns exemplos das áreas onde o Deucalion será útil.
Quem fica responsável pela gestão do Deucalion é a FCT – este organismo vai «lançar concursos de acesso a esta infraestrutura» e, além disto, estão «igualmente previstos programas específicos de apoio a PME».
Segundo Madalena Alves, presidente da FCT, o Deucalion está preparado para «apoiar mais de duzentos projectos por ano e multiplica por dez a capacidade de computação nacional». Segundo a mesma, entre 2020 e 2023, a FCT já «aprovou 384 projectos de computação avançada e a edição mais recente de concursos bateu o recorde de 140 projectos aprovados».
Resta dizer que o Deucalion é financiado em «35% por fundos comunitários directos do EuroHPC (a entidade dedicada à supercomputação europeia) e em 65% por outros fundos, incluindo Orçamento de Estado nacional, via FCT», conclui a Fundação para a Ciência e Tecnologia.