Recentemente, a SpaceX, a empresa detida por Elon Musk (que está a construir e a operar o serviço de Internet via satélite Starlink), assinou um acordo com a operadora americana T-Mobile, para o fornecimento de serviços de mensagens a partir de qualquer local nos Estados Unidos. a partir do ano que vem.
Era só uma questão de tempo até a SpaceX se virar para a indústria das comunicações móveis celulares. Depois da experiência bem-sucedida na guerra da Ucrânia, em que a SpaceX forneceu equipamento de acesso à rede Starlink ao exército ucraniano, a empresa começou recentemente a permitir a mobilidade dos equipamentos de acesso à rede (até essa altura, o acesso tinha ser feito dentro de uma área geográfica específica), o que permite a viajantes ligarem-se à Internet independentemente do sítio onde se encontrem. Mas, apesar disto, os serviços de telefonia móvel são um caso diferente.
Para poderem comunicar, muitas pessoas que vivem em locais remotos têm de usar telefones via satélite, que são equipamentos caros de adquirir e de operar. No entanto, a T-Mobile e a SpaceX desenvolveram um sistema que permite o fornecimento dos serviços Starlink na rede da T-Mobile, usando os smartphones que os clientes já têm.
Isto não é a mesma coisa que dar acesso à Internet e a implementação do sistema vai ser lenta. Em primeiro lugar, os clientes vão poder apenas enviar e receber mensagens de texto. As chamadas de voz e a transferência de dados vão seguir-se no futuro, mas não foi dada nenhuma data concreta.
Para que tudo isto funcione, ainda há algumas dificuldades técnicas a ultrapassar. Por exemplo, para que exista compatibilidade entre a rede Starlink e a rede celular, é necessário modificar os satélites Starlink 2.0, anunciados em Junho. Para o lançamento destes satélites é necessário que o veículo espacial Starship esteja operacional, o que também não tem prazo definido, mas que se espera que esteja nos próximos meses.
Estes factores vão dar tempo às duas empresas para resolver quaisquer problemas técnicos que possam surgir entretanto. Este interregno também dá tempo para negociar com operadores de outros países para que o serviço ultrapasse as fronteiras dos Estados Unidos.