Depois de a Vodafone ter confirmado hoje, ao princípio da manhã, que a indisponibilidade da rede tinha sido a consequência de um ciberataque, Mário Vaz, CEO da operadora, deu uma conferência de imprensa onde confirmou alguns dados e se recusou a falar de suspeitas.
Segundo Mário Vaz, a acção dos hackers (que começou entre as 21:30 e as 22 horas de ontem, 6 de Fevereiro) teve o único propósito de fazer com que a rede da Vodafone ficasse «indisponível» e «dificultar ao máximo a recuperação dos serviços».
Acesso a SMS, chamadas e dados é intermitente
Este “apagão” afectou toda a oferta da operadora em Portugal: TV, Wi-Fi, rede móvel (SMS e chamadas), dados móveis e até mesmo o funcionamento da app Vodafone TV. Contudo, o acesso a, pelo menos, TV e Wi-Fi, não foi generalizado, uma vez que vários utilizadores não se viram impedidos de se ligar a redes sem fios caseiras ou ver televisão, pela box.
Apesar de a Vodafone ter confirmado logo de manhã, em comunicado, que tinha recuperado o acesso à rede móvel, a verdade é que até agora este serviço está a regressar aos soluços, com disponibilidade intermitente: fazer chamadas, enviar/receber SMS e aceder a dados móveis (apenas em 3G) é uma lotaria.
As chamadas só são possíveis entre números 91 e outras redes; comunicações de voz entre clientes Vodafone estão impossibilitadas, neste momento. As SMS não são enviadas/recebidas entre números da operadora, mas podem ser recebidas de outras redes; a resposta a SMS que cheguem de outras redes é impossível.
Acção terrorista e criminosa contra a Vodafone
Na mesma conferência de imprensa, Mário Vaz garantiu que o ataque não foi reivindicado por qualquer grupo de hackers; o CEO disse ainda que a Vodafone não recebeu pedidos de resgate. Outra certeza dada pelo responsável máximo da operadora teve que ver com o acesso aos dados dos clientes, uma questão sempre sensível em ciberataques.
Mário Vaz deixou claro que a acção, que classificou como «terrorista» e «criminosa» não deixou «qualquer indício de acessos a dados pessoais ou corrupção dos dados dos clientes». O CEO explicou que o ataque foi feito à infraestrutura da rede e não aos sistemas informáticos da Vodafone, pelo que o acesso a dados sensíveis não esteve em causa.
Para já, as informações sobre os autores do ataque não são conhecidas, nem quando é que a rede da Vodafone será restabelecida, ainda que Mário Vaz tenha garantido que o acesso ao 4G iria ser restabelecido durante a tarde de hoje. O caso está entregue ao Centro Nacional de Cibersegurança, à Polícia Judiciária e à Anacom.