Desde o seu lançamento em 1997, que a tecnologia E-Ink tem sido usada em muitas aplicações, como ecrãs para portáteis, acessórios de moda e leitores de e-books. Na edição 2022 da CES foi mostrada mais uma potencial aplicação desta tecnologia: a indústria automóvel. Na edição deste ano da maior feira de tecnologia do mundo, a BMW mostrou um automóvel cujos painéis exteriores usam E-ink que lhe permite mudarem de cor, dependendo do estado do tempo, condições do trânsito ou apenas do estado de espírito do utilizador.
Como é habitual nestas situações, o automóvel que a BMW levou à CES não está pronto para entrar em produção e serve apenas para mostrar ao mundo que é possível usar esta tecnologia nos automóveis.
O material electroforético é aplicado sob a forma de uma película, mas funciona exactamente como o que se encontra em qualquer leitor de e-books, como o Kindle da Amazon ou o Kobo. A película tem milhões de microcápsulas que contêm um pigmento branco carregado negativamente e um pigmento preto carregado negativamente. Dependendo das definições, a aplicação de corrente eléctrica faz com que tanto os pigmentos claros ou os escuros se movam para a parte superior da cápsula, mudando a cor em segundos.
Embora, neste momento, apenas seja possível alternar entre duas cores, no futuro poderão ser usadas mais cores. Segundo a responsável pelo projecto IX Flow featuring E Ink na BMW, Stella Clarke: “Esta tecnologia dá liberdade ao utilizador para expressar diferentes aspectos da sua personalidade e redefinir o carro, cada vez que o conduzir.”
Um aspecto prático desta tecnologia, aplicada a carros eléctricos, é a possibilidade de aumentar a autonomia da bateria mudando a cor do carro consoante o estado tempo, por exemplo ficando mais claro em tempo quente ou mais mais escuro em tempo frio, evitando assim a necessidade de usar mais energia no sistema de climatização do interior.