Tal como foi veiculado na semana passada, Mark Zuckerberg anunciou que a empresa Facebook (não a rede social) vai mudar de nome para Meta. Esta mudança de nome serve para se distanciar do nome da rede social, que tem vindo a ganhar alguma má reputação desde há algum tempo devido às recentes revelações feitas por vários ex-empregados da empresa.
Durante a apresentação de hoje, Mark Zuckerberg disse: “A nossa marca está tão ligada a um dos nossos produtos que não consegue representar tudo o que estamos a fazer agora. A partir de agora, vamos colocar o metaverso (metaverse) em primeiro lugar e não o Facebook.”
Zuckerberg anunciou o novo nome durante uma conferência no evento anual da empresa denominado Connect. A partir deste momento, o Facebook e a sua “família de aplicações” serão divisões da Meta, que será liderada por Mark Zuckerberg.
Esta reestruturação é semelhante à da criação da Alphabet, a empresa que agora controla a Google e outras empresas, como a DeepMind e a Nest, que fabrica dispositivos de Internet da Coisas para utilização doméstica. O Facebook já tinha indicado que planeia separar os Facebook Reality Labs dos seus grupos de Realidade Aumentada e Realidade Virtual, no seu último relatório de contas. Mais tarde indicou que a estrutura dirigente não vai ser alterada.
O Facebook está a mudar o nome para reflectir melhor as suas ambições para o futuro, de evoluir de uma rede social para uma empresa do metaverso. Mark Zuckerberg ainda terá de definir o que é exactamente uma “empresa do metaverso” e o que isso quer dizer para a plataforma e para os utilizadores, mas sabe-se que a Realidade Aumentada é uma peça fundamental dessa estratégia. A empresa já mostrou uma versão inicial de um dos projectos, denominado Horizon Workrooms, que permite conduzir reuniões num ambiente de Realidade Virtual. A empresa também mostrou a sua visão para as experiências “Horizon Home” e “Horizon Venues”. No início de Outubro foi divulgado que a empresa vai contratar 10000 novos colaboradores na Europa para ajudar a construir o seu metaverso.
A mudança de nome também chega numa das alturas mais críticas na história do Facebook. A rede social ainda está a recuperar da divulgação dos “Facebook Papers”, um grande número de documentos internos que foram recolhidos por um empregado e divulgados por vários meios de comunicação nos Estados Unidos. Estes documentos estão na origem de várias queixas à Securities and Exchenge Commission (a entidade que supervisiona o funcionamento dos mercados das bolsas nos Estados Unidos, o equivalente à CMVM em Portugal), bem como são a base de várias notícias que dão conta da inabilidade do Facebook em controlar a desinformação e discursos de ódio, entre outros problemas.