A Pandemia trouxe ao de cima a fragilidade da cadeia de fornecimento das principais indústrias, com a paragem de alguns dos fornecedores de matéria-prima a conseguirem bloquear completamente alguns dos principais fabricantes de vários mercados, desde electrónica de consumo a automóveis.
Todos esperávamos que em 2022 a situação regressasse ao normal, mas aparentemente tal não vai acontecer, devido à necessidade da China em cumprir as metas de redução de emissões, uma vez que 65% de toda a energia produzida neste país asiático provém de centrais a carvão.
Uma vez que dificilmente conseguirão implementar regras e soluções para reduzir a emissão de dióxido de carbono, o Governo Chinês decidiu implementar restrições a nível do fornecimento de energia para a indústria nas províncias de Jiangsu, Zhejiang e Guangdong, onde estão as principais fábricas de componentes electrónicos.
Estas restrições irão obrigar os fabricantes a terem que parar as suas linhas de montagem, o que irá afectar o fornecimento de componentes a marcas como a Apple, Intel, Nvidia, Qualcomm e Tesla, entre outras. Uma dessas fábricas é a Eson Precision Engineering, que pertence ao Grupo Foxconn, e que fornece componentes essenciais para a Apple e Tesla, tendo a mesma encerrado a sua linha de montagem durante a presente semana.
Para garantirem rentabilidade durante os períodos de paragem, os fabricantes terão que produzir em maior quantidade nos restantes períodos, bem como reforçar a produção aos fins-de-semana e feriados, especialmente porque vamos entrar num período crítico do ano, com a chegada do Black Friday e do Natal.
Esta medida, porém, não será implementada em fabricantes de semicondutores, uma vez que estes utilizam um ciclo de fabrico contínuo, em que o mesmo não pode ser interrompido, uma vez que demoraria semanas para retomar ao nível de produção normal, tal como aconteceu no início do ano na fábrica da Samsung, que esteve encerrada devido aos fortes nevões no Texas.