Dez anos depois de a mesma técnica ter sido usada para medir o raio do protão, quarenta cientistas de cinco nacionalidades (alemã, suíça, francesa, taiwanesa e portuguesa) conseguiram fazer o mesmo para o núcleo atómico do hélio.
Cinco destes investigadores são de universidades portuguesas – Coimbra, Aveiro, Lisboa – e ajudaram a implementar uma técnica de medição que envolve o uso de muões e não de electrões – isto permitiu ter resultados cinco vezes mais próximos da realidade. Desta vez, segundo o conjunto de cientistas responsáveis, «não há contradição entre o novo valor mais preciso e as medições efectuadas com os outros métodos».
Cada conjunto de cientistas teve um papel diferente nesta investigação e a equipa nacional ficou responsável pelo «sistema de detecção dos raios-X emitidos pelos átomos muónicos», que foi usado «para o sistema de controlo e monitorização da experiência e para a teoria» deste trabalho.
Resultado da experiência dá novos horizontes à Física
Os resultados, que serão publicados na revista científica Nature, mostram que o núcleo atómico do hélio tem 1,67824 fentómetros. Para termos uma ideia do que este valor representa, os cientistas dizem que há mil biliões de fentómetros num metro.
Estas medições foram feitas no Paul Scherrer Institut (foto da experiência em cima), na Suíça, uma vez que este é o «único centro de investigação do mundo capaz de produzir uma quantidade suficiente de muões para esta investigação».
No que respeita às aplicações práticas desta descoberta, os cientistas dizem que os resultados permitem fazer o «teste de novos modelos teóricos da estrutura nuclear» e tirar novas conclusões sobre outras teorias da Física, como a constante de Rydberg.