Está na altura de trocar a placa gráfica do seu computador por um modelo de maior desempenho, mas tem um orçamento limitado? Não há problema, vamos ajudá-lo com este artigo, que tenta explicar o porquê da existência de diferentes modelos com diferentes características, velocidades e sistemas de arrefecimento, com a ajuda da KFA2.
Vamos usar, como exemplo, dois modelos da sua gama de família de placas gráficas GeForce RTX 2060 Super, com o modelo RTX 2060 Super EX e a RTX 2060 Super Gamer.
Ambas estão equipadas com o mesmo GPU, o TU106-410, revisão A1, com 10.8 mil milhões de transístores, 2176 núcleos CUDA, 272 núcleos Tensor, responsáveis pelos cálculos de inteligência artificial e deep learning, e 34 núcleos RT, estes últimos responsáveis pelo processamento de Ray-Tracing.
Estas características, em conjunto com o controlador de memória de 256-bits, tornam este GPU mais equiparável ao GPU TU106-400 utilizado pela GeForce RTX 2070 original, do que o TU106-200 utilizado pela RTX 260 original.
Optimizações
Se, até aqui, ambas as placas gráficas parecem ser idênticas, colocando-as lado a lado rapidamente observamos importantes diferenças, a começar pelo tamanho da própria placa, como do dissipador de calor utilizado em cada uma delas.
Se a RTX 2060 Super Gamer tem 272 cm de comprimento e a RTX 2060 Super EX tem 295 cm, essa diferença de dimensão deve-se à utilização de um circuito de alimentação mais complexo e, por sua vez, mais preciso, o que permitirá alimentar tanto o GPU como as memórias com uma corrente mais estável, embora ambas utilizam uma configuração de 5+2 fases de alimentação (5 para GPU, 2 para memórias).
Isso é algo que também poderá ser comprovado pela presença de uma ligação de alimentação PCIe adicional de 8 contactos no caso da RTX 2060 Super Gamer, e duas ligações de 6 e 8 contactos no caso da RTX 2060 Super EX.
Outro detalhe importante e diferenciador entre ambas é o tipo de dissipador de calor utilizado em ambas, com um formato mais tradicional, com dois heapipes de cobre para transferência do calor, e um dissipador simples em alumínio para o circuito de alimentação, no caso da RTX 2060 Super Gamer, sendo estes arrefecidos por três ventoinhas de 80mm, e um grande dissipador de calor em alumínio, com três heatpipes, com base em cobre, para a RTX 2060 Super EX, sendo estes arrefecidos por duas ventoinhas de 100mm.
Falta referir as ligações disponíveis em cada modelo, com a RTX 2060 Super Gamer a disponibilizar uma ligação DVI-D, uma ligação DisplayPort 1.4 e uma HDMI 2.0b, e a RTX 2060 Super EX duas ligações DisplayPort 1.4 e uma HDMI 2.0b.
Overclock
Um detalhe curioso relativamente ao funcionamento das placas gráficas de última geração da Nvidia, como o caso de estes dois modelos da KFA2, é o facto de as mesmas efectuarem um overclock automático e dinâmico, que varia de acordo com vários factores, como a temperatura (do GPU e do circuito de alimentação) e a alimentação.
Conforme lhe indicámos, a RTX 2060 Super EX revelou ter um circuito de alimentação mais complexo, e um sistema de arrefecimento maior e mais eficiente, e isso acabou por resultar em velocidades de funcionamento diferente, superiores inclusive às velocidades anunciadas pelo próprio fabricante, a KFA2.
Assim sendo, utilizando uma aplicação de monitorização como o GPU-Z, foi possível comprovar que a velocidade (ou frequência) base do GPU de ambas as placas gráficas está configurada para os 1470 MHz, estando a velocidade em modo Boost configurado para 1695 MHz, algo que é, estranhamente, superior aos valores anunciados pela própria KFA2, que indica 1680 MHz para a RTX 2060 Super Gamer e 1650 MHz para a RTX 2060 Super EX.
Mas, o mais curioso de tudo isso, é verificar que durante os testes, o valor médio e máximo atingido por casa uma delas, foi sempre superior a estes valores registados inicialmente pelo GPU-Z. Utilizando uma aplicação como o FurMark, para causar stress no GPU, comprovámos que ambas as placas revelaram estar longe das suas capacidades máximas, já que os núcleos mais exigentes, os núcleos RT e Tensor, estavam desligados, devido à simplicidade da aplicação.
Ainda assim, foi possível registar subidas no consumo de energia de cada placa, bem como na temperatura de funcionamento, com a RTX 2060 Super Gamer a subir dos 46ºC para os 67ºC, e o consumo energético dos 34,9W para 175,2W. Já no caso da RTX 2060 Super EX, esta registou um aumento de temperatura de 41ºC para 60ºC, e um aumento no consumo energético de 19,3W para 174W.
Só utilizando uma aplicação mais exigente, como o Heaven Benchmark e utilizando as definições todas no máximo é que conseguimos extrair resultados que evidenciam as diferenças entre os dois modelos, como a temperatura máxima de 71ºC na RTX 2060 Super Gamer, e uma velocidade máxima de 1680 MHz, com a RTX 2060 Super EX a garantir 1860 MHz, um aumento de 180 MHz, ao mesmo tempo que garantiu temperaturas mais baixas, que nunca superaram os 61ºC.
Isto permitiu, utilizando a função de benchmark da aplicação, de registar uma melhoria de 93 para 100 fps, entre ambas as placas, o que representa uma significativa diferença de desempenho de 7% entre duas placas que, supostamente, são idênticas. Essa mesma diferença foi registada nos testes que habitualmente utilizamos durante os testes que realizamos a todas as placas gráficas que passam pela nossa redacção.
Ray-Tracing e DLSS 2.0
Por fim falta referir que ambas as placas gráficas, por utilizarem os já referidos núcleos RT, suportam a tecnologia de Ray-Tracing, conforme já revelámos anteriormente na review da KFA2 GeForce RTX 2070 Super EX Gamer Black e no especial sobre a versão de Minecraft para Windows 10 RTX. Esta tecnologia permite transformar a iluminação de objectos (não só directa como reflectida em superfícies), nos jogos que a suportam.
Estamos a falar em títulos como Minecraft, Battlefield V, Call of Duty: Modern Warfare, Control, Deliver Us The Moon, Mechwarrior V: Mercenaries, Metro Exodus, Quake II RTX, Shadow of the Tomb Raider, Stay in the Light, Wolfenstein: Youngblood, Amid Evil e Bright Memory.
Não nos podemos esquecer que a aplicação desta tecnologia acaba por ter impacto no desempenho geral do sistema, pelo que é fundamental a utilização da tecnologia DLSS 2.0 (Deep Learning Super Sampling), para reduzir esse impacto. Poderá comprovar a eficácia dessa tecnologia no especial que criamos sobre a mesma, utilizando o Minecraft para Windows 10 RTX como exemplo da sua utilização.
Moral da história, vale a pena o investimento adicional num modelo supostamente com overclock de fábrica? Vale, especialmente se a placa for como esta GeForce RTX 2060 Super EX da KFA2, que tem um circuito de alimentação e um dissipador de calor superior.