Um dos mais recentes estudos da Kaspersky, desta vez sobre sistemas de qualificação social digitais (como o que existe na China) mostra que, além de a maioria desconhecer o que são e como funcionam, uma boa parte confessa que estava na disposição de abdicar da privacidade de dados pessoais para aceder a uma série de benefícios.
No estudo Kaspersky Social Credits and Security: Embracing the World of Ratings, a marca russa chega à conclusão de que mais de 30% dos portugueses «estão dispostos a partilhar os seus dados pessoais e concordam que o Governo supervisione a sua actividade nas redes sociais por razões de segurança».
Ainda assim, e apesar de ser um número considerável, esta é uma percentagem que fica abaixo dos valores apurados pela Kaspersky a nível mundial: 51% dos inquiridos (a maioria, portanto) não se importava de ter os Governos dos seus países a ter um maior controlo sobre a actividade online.
Sobre o conhecimento de sistemas de pontuação/rating social, «algoritmos automatizados baseados no comportamento dos utilizadores e na sua influência na Internet» (a China tem um activo), é praticamente inexistente por parte dos portugueses: apenas 19% ouviu falar neste sistema de controlo. O estudo concluiu ainda que 36% tem «dificuldade em compreender» como é que tudo isto funciona.
O estudo da Kaspersky tem ainda mais dados que podem ser considerados preocupantes: 52% dos portugueses que responderam ao inquérito assumiram que estavam na disposição de partilhar «informação privada sensível para aceder a oportunidades de emprego».
Mas não é tudo: para conseguir melhores tarifários e descontos ou serviços especiais, 71% dos portugueses (36 e 35%, respectivamente) dariam acesso aos seus dados pessoais.
Este estudo (que pode ser consultado na íntegra, aqui) teve a participação de 10 500 pessoas de 21 países diferentes, incluindo Portugal.