Assisti (impávido) à entrada de rompante dos tablets no mercado, li e reli análises de especialistas e analistas e outras espécies de vigaristas sobre o admirável mundo novo e de como o diabo das lousas electrónicas haveriam de ditar o fim dos tempos da informática como a conhecemos.
Resisti-lhes de tal modo feroz, que foi só há muito pouco tempo que decidi dar uma abertura complementar a um iPad na minha utilização profissional. Manda a verdade que, ludicamente, o tablet teve um papel bastante importante na minha actividade computacional, mas nunca me rendi por completo. Fui criticado, por vezes violentamente por não me render a essa ditadura dos “levezinhos” e não foram poucas as vezes que vi pessoas sorrir quando retiro da mochila um qualquer portátil.
E o que vejo agora? Lenta, mas decididamente, uma fatia generosa de clientes e amigos, que foram fazendo a curva gráfica da utilização de iPad e similares, da novidade até aos tamanhos ditos profissionais, decidiu reverter o seu uso e voltar a hardware mais convencional. Os números hão-de dizer isso mesmo daqui a um ano ou dois. Os analistas vão ter uma trabalheira para explicar como é que se passa de um tablet topo de gama para um portátil clássico, tenha ele o tamanho que tiver. E não revertem a marcha apenas para portáteis. Também os estou a sentir a enamorar-se por iMac de vários estilos e tamanhos e não posso deixar de sorrir quando conversamos sobre as razões. A principal delas é, imagine-se, aquilo que defendi durante anos: a inexistência de um teclado profissional (não, as soluções actuais de teclados em capa, por mais nome que tenham nunca chegarão aos calcanhares de um teclado digno desse nome – e gente, acreditem, eu matraqueei em Cherry mais pesados que o portátil a partir do qual vos escrevo…).
Pode não haver amores como os primeiros. Os números das máquinas desktop (ditas) profissionais não são, neste momento, tão apelativas a mudanças radicais (carteira oblige) mas fascina-me este regresso ao básico. Mas isto sou eu que vou olhando à minha volta e reparando em pequenos, mas não menos deliciosos detalhes.