Está à beira dos trinta anos, um dos franchises com mais sucesso da história dos videojogos. Mortal Kombat é, juntamente com Street Fighter, um dos jogos de luta PvP mais famosos de sempre, mas com uma diferença: os responsáveis pelo primeiro souberam criar uma fórmula que fez com que o jogo se fosse adaptando a várias épocas e contasse uma história com alguma coerência; já de Street Fighter, não podemos dizer o mesmo. A última versão, a V, acabou por não receber boas críticas e o título da Capcom não deve voltar tão cedo às consolas.
Memórias de 1992
Foi há 27 anos que saiu o primeiro Mortal Kombat, um jogo de luta bastante simples, cheio de sangue, onde se estrearam movimentos que hoje fazem parte da cultura pop, como o uppercut que lançada o adversário no ar (e que nunca deixou de existir) ou as fatalities, uma forma violenta de terminar o combate: por exemplo, arrancar a espinha do inimigo ou queimá-lo, deixando apenas cinzas.
O jogo foi passando por várias mudanças mas a história manteve-se sempre a mesma: vários lutadores da Terra e de um reino chamado NetherRealm enfrentam-se todos os anos para impedir que este último invada o Planeta com os seus exércitos. Sub-Zero, Scorpion, Raiden, Johnny Cage, Sonya Blade, Kano ou Liu Kang foram os protagonistas do primeiro jogo e… quase trinta anos depois ainda dão umas valentes coças!
Os Avengers do reino da Terra
Mortal Kombat 11 introduz o tema das viagens no tempo (alguns até vão encontrar um paralelismo com End Game, o último filme dos Avengers), muito por culpa de uma nova personagem chamada Kronika, a Guardiã do Tempo, a Arquitecta do Destino e do Universo, mãe de Shinnok (que foi decapitado por Raiden em Mortal Kombat X) e de Cetrion (que também se estreia em MK 11), a Deusa Anciã (Elder God) da Vida e da Luz – os tais que Raiden consulta sempre que precisa de ajuda com alguma coisa.
O objectivo de Kronika é fazer um reset à linha temporal e fazer começar tudo de novo numa coisa a que chama Nova Era. Para isso, Kronika usa a Hourglass (uma ampulheta gigante) para manipular o tempo, o que vai trazer de volta várias personagens à vida como Shao Khan. Juntamente com o antigo imperador vêm uns novos Jax, Liu Kang, Johnny Cage, Kano e Sony Blade que se encontram com as suas versões mais velhas para unir esforços e tomar partido do lado de Raiden ou de Kronika.
História sempre em dupla
Esta decisão de argumento por parte dos produtores do jogo traz de volta a Mortal Kombat personagens com um aspecto que já não víamos há alguns anos, o que nos deixa no ar um perfume nostálgico que os fãs mais hard cores de MK (como eu) vão adorar. Poder voltar a ver Cyrax, Sektor, Jade e jogar com Shao Khan traz boas memórias, mas também é verdade que isto está limitado ao modo de História do jogo. Aqui, estamos sempre do lado bom e vamos progredindo em MK num modo de capítulos em que seguimos sempre uma dupla de personagens nas suas missões. Em cada combate contra as forças de Kronika temos sempre a opção de escolher um de dois lutadores.
Mais tarde, para completarmos o jogo a 100% podemos voltar a percorrer o modo história e jogar com a personagem que não escolhemos da primeira vez. Fora este modo, há já o clássico modo de torres, o online (onde podemos lutar contra outros jogadores humanos) e o de treino, onde podemos aprender a fazer Fatalities e a dominar todos os movimentos de um lutador – mas quem sempre jogou Mortal Kombat, vai perceber que os golpes clássicos e os especiais continuam a fazer-se da mesma forma – o ‘come over here’ de Scorpion ou o disparo de gelo de Sub-Zero continuam iguais. E se a isto tudo juntarmos um nível de personalização de lutadores e de movimentos, quase que ficamos com um RPG em forma de beat’em up.
Editora: Warner Brothers
Distribuidora: Upload Distribution
Plataformas: PS4, Xbox One, Nintendo Switch, PC
Site: mortalkombat.com
Preço: €69,99