Anda por aí um ZūmZūm de que a nova lei que vai regular as plataformas electrónicas de transporte de passageiros foi aprovada já fora d’horas…noite dentro. Demorou mais de um ano depois da entrada no Parlamento da Proposta de Lei do Governo, mas teve de ser aprovada à socapa. Vale que Florêncio Almeida não dorme. Sempre fez os turnos da noite no seu táxi. Num dos seus vários táxis.
A Zūm, pelo contrário, angariou 5,5 milhões de dólares, durante um dia de 2017, numa primeira série de investimento e há pouco mais de duas semanas adicionou mais $19 milhões numa séria B. A Zūm transporta crianças. De e para escola, para as actividades extra-escolares e para onde quiser. Sete dias por semana. Sim, existem centenas de negócios a fazerem exactamente o mesmo em Portugal. A diferença, como não raras vezes acontece, está nos detalhes.
Quem tem crianças a seu cuidado em idade escolar pode não ter tempo para ir ao ginásio, mas pratica uma ginástica diária para as levar à escola e trazê-las. Este tempo é valioso, porque o que passa com elas é muitas vezes incompatível com a vida profissional. Ter “a carrinha” que faz esse serviço é bom. Ter um Zūm seria o ideal.
Começa na escolha dos condutores. A história da Zūm é a de uma mãe que se debatia com este problema, daí que a escolha de quem conduz seja fundamental, criteriosa e assente essencialmente em mulheres, mães que não trabalham e que podem juntar o útil ao agradável. Podem levar os seus próprios filhos e terem nova fonte de rendimento, utilizando o seu próprio carro – este também sujeito a criteriosa validação. Passa também pelo acompanhamento que é passível fazer das viagens. A plataforma tecnológica da Zūm contempla uma aplicação para isto mesmo, disponibilizada aos pais, que os avisa de quem os vai buscar, onde estão a cada momento e do lugar e hora onde a criança ficou.
A empresa tem também uma app para as crianças que, assim, ficam a saber quando estão programadas as próximas viagens, o perfil do condutor e onde ele está a determinado momento. À lá Uber. Como as “carrinhas”, a Zūm disponibiliza os normais pacotes de transporte para a escola, mas também carpools, viagens unitárias e a possibilidade de juntar o apoio de uma cuidadora, alguém que mais que conduzir o seu filho ao treino, fica com ele durante o treino. Pormenores sim, mas é por eles que o Florêncio nunca será Uber.