Fortíssima nos anos noventa e na primeira década dos anos 2000 em Portugal, a marca finlandesa passou por um período de trevas quando esteve sob a alçada da Microsoft, o que acabou por quase destruir esta autêntica instituição finlandesa. Resultado: a marca perdeu valor e, ao mesmo tempo, a Nokia viu serem lançados no mercado alguns dos piores smartphones de sempre a envergar a sua insígnia.
Foi por isso que as notícias do “regresso à vida” da marca não foram, ao contrário da primeira notícia da morte de Mark Twain, manifestamente exageradas. Foram completamente certas e a verdade é que a Nokia está de volta aos grandes palcos da tecnologia mundial. Aliás, se o Nokia 8 custasse menos cem euros, estaríamos perante, talvez, o melhor terminal com relação preço/qualidade no mercado.
Ok, é estranho ver a Nokia a usar Android, pois mete-a no saco das outras quinhentas que também o fazem. O design, igualmente, não é distintivo da marca, isto porque a Nokia não inaugurou nenhum form factor em smartphones que nos faça recordar o 8 como pertencendo a qualquer linhagem. Mas isto também é culpa da excessiva padronização do design deste tipo de terminais, “enclausurado” sempre num rectângulo que não varia muito de modelo para modelo.
Com estas questões à parte, o Nokia 8 é um bom terminal, pode ter margem para fazer com que a marca volte a ter um lugar de destaque, mas imagina-se um trabalho hercúleo pela frente. Isto acontece porque durante os quase cinco anos de jugo da Microsoft outras marcas emergiram e acabaram por relegar a Nokia para a terceira ou quarta divisão da tecnologia mundial.
Agora, com os três mosqueteiros Nokia 3, 6 e 8 pode, finalmente, voltar a sonhar com altos voos. Em particular, o Nokia 8 é o topo de gama possível nesta altura: tem uma câmara que consegue imagens e vídeos decentes, uma super-bateria, Android puro e sempre actualizado quase ao mesmo tempo que o dos terminais Google, um design polido e um camera bump que não decepciona, ao contrário do que existe noutros modelos de marcas rivais.
Além disso, com um dos melhores processadores da actualidade, Snapdragon 835, o Nokia 8 encarna bem o papel de topo de gama e chegou mesmo a ultrapassar, na nossa tabela de benchmarks, smartphones mais caros e de marcas com mais argumentos.
NOTA: 8
Medições: 2,05
Experiência de Utilização: 5,1
Preço / Qualidade: 0,8
+ Multimédia
+ Fotografia
+ Bateria
– Preço
Distribuidora: HMD global
Site: nokia.com
Preço: €599,99
CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS
Processador: Snapdragon 835
Memória: 4 GB
Armazenamento: 64 GB
Câmaras: 13 MP dual f2.0 + 13 MP
Ecrã: 5,3 polegadas IPS LCD (1440 x 2560, 554 ppi)
Bateria: 3090 mAh
Dimensões: 151,5 x 73,7 x 7,9 mm
Peso: 160 gr
AnTuTu: 173 183
3D Mark Ice Storm Unlimited: 40 380
PCMark 8 Work: 6668
PCMark 8 Autonomia: 672 minutos
Ponto Final
As capacidades multimédia dos Nokia 8 (capacidade de tirar uma fotografia ao mesmo tempo com a máquina de trás e da frente, gravação de áudio com qualidade superior, fotografia com lentes Zeiss) são o seu principal destaque. O Snapdragon 835 garante que tudo se passa de forma fluída e só é pena não termos acesso à versão em cor cobre, pois a cinza não é suficientemente carismática para dar aquele empurrãozinho-extra que tanto iria fazer bem à Nokia neste momento.