Por vezes as drives externas deixam de ser reconhecidas pelo Windows. Já não aparecem na janela do Explorador de Ficheiros, velho truque do desligar e voltar a ligar não funciona e para acrescer ao problema é sempre a drive onde estão os ficheiros mais importantes e insubstituíveis. Mas não desespere! Na maioria dos casos a solução é simples e pode fazê-la em casa sem gastar dinheiro a comprar uma drive nova.
Antes de mais há que apenas tentar este procedimento em drives que já não estão na garantia. Porque se abrir uma drive na garantia invalida-a.
É da ponte?
As drives externas utilizam uma pequena placa de circuito impresso chamada genericamente “ponte” (bridge) que serve para converter a comunicação entre as diferentes interfaces usadas. Normalmente a conversão é entre SATA do lado do disco e USB do lado do computador. Mas podem ser para outras, como Thunderbolt ou Firewire. Existem drives que até incluem várias interface diferentes para poderem ser usadas com vários tipos de computadores diferentes.
Estas pontes podem ser danificadas pelo uso, flutuações de energia, ou qualquer outra causa. Por isso, se comprar uma caixa vazia para um disco externo e transplantar para lá o disco que deixou de funcionar, há uma boa hipótese que esteja de perfeita saúde e com os seus ficheiros completamente intactos.
Assim, se o seu disco deixar de funcionar, desmonte a caixa da drive que deixou de funcionar, verifique o tamanho do disco que lá está dentro (não a capacidade, mas se é de 2,5 ou 3,5 polegadas). Depois vá uma loja da especialidade e compre uma caixa para discos externos vazia e instale o disco antigo lá dentro.
A dificuldade pode estar nos parafusos (ou na falta deles)
A maior dificuldade que irá encontrar neste processo pode ser mesmo a remoção do disco antigo da caixa original. Isto porque, enquanto muitos fabricantes continuam a usar os bons e velhos parafusos, muitos deixaram de o fazer, tendo optado por usar encaixes de pressão ou, pior que tudo, cola. Tanto num caso, como no outro, pode não ser possível a remoção do disco sem destruir ou danificar seriamente a caixa original.
Se a caixa tiver pés de borracha, devem ser os primeiros a sair, isto porque muitos fabricantes aproveitam-nos para esconder os orifícios para os parafusos. Se não houver parafusos, terá de usar um pouco mais de força. Experimente usar uma faca pouco afiada e, de preferência, com uma lâmina de ponta redonda, para tentar separar as duas peças que compõem a caixa. Depois de aberta a caixa, é só desligar o cabo SATA e remover o disco. Se não sair facilmente, é possível que esteja aparafusado à placa do lado oposto. De seguida coloque-o na caixa nova e ligue o cabo SATA. Ligue o cabo USB da nova caixa a uma entrada livre e ligue o computador.
Se tudo correr bem, vai ouvir o disco a arrancar e pouco tempo depois o ícone deve aparecer no Explorador de ficheiros do Windows. Se perceber que o disco está a funcionar, mas não aparece na janela do Explorador de Ficheiros, abra o gestor de discos para verificar se está a usar um sistema de ficheiros diferente. Se for o caso, pode ter de usar uma versão Live do Linux ou um Macintosh para conseguir aceder aos ficheiros.
E se for mesmo o disco?
Se ouvir o disco a arrancar, mas depois ele se desliga, pode dar-se o caso da placa do disco estar prestes a avariar-se de vez, mas ainda conseguir sobreviver o tempo necessário para conseguir copiar os ficheiros. Neste caso, pode tentar congelar o disco. Sim, congelar, no congelador. Antes de tentar este processo, proteja-o muito bem com, pelo menos duas camadas de plástico e bastante fita-cola para que a humidade não consiga entrar em contacto com a unidade e deixe-o ficar no congelador algumas horas. De seguida retire-o, deixe que a temperatura chegue perto da ambiente e volte a tentar. Este truque só funciona com drives mecânicas e não é infalível. Falha mais vezes do que as que funciona, mas também não perde nada se tentar.
Se falhar tudo
No caso de o disco estar mesmo para lá do que as “mezinhas caseiras” conseguem resolver, terá de o levar a uma empresa profissional de recuperação de dados. Mas só se o que está nos ficheiros valer mesmo a pena porque estes serviços são muito caros, mas há fortes hipóteses de se conseguir recuperar grande parte, senão a totalidade da informação.