Imaginado nos filmes de ficção científica, a tecnologia de ecrãs tácteis evoluiu de forma surpreendente, sendo possível encontrar esta solução em todo o tipo de dispositivos, incluindo em brinquedos para crianças.
A tecnologia de ecrãs tácteis foi inicialmente apresentada por E.A. Johnson, que em 1965 revelou um estudo sobre a fórmula necessária para permitir a introdução de comandos através dos dedos em equipamentos, como a aplicação em sistemas de controlo de tráfego aéreo, conforme descreveu num estudo lançado mais tarde em 1968. Desde então começaram a ser lançados os primeiros equipamentos a tirarem partido de tecnologias de interacção táctil, como o Magnavox Plato IV de 1971, o primeiro computador educacional com ecrã táctil, ou o HP-150 de 1983. Desde então foram criadas três tecnologias distintas, mas só uma tem vindo a conquistar o mercado e a tornar-se na referência, sendo usada hoje em dia em praticamente todas as soluções tácteis.
Infravermelhos
Uma das tecnologias iniciais a serem aplicadas em massa foi a de sistemas compostos por feixes de luzes infravermelhas. Utilizado no Plato IV e no HP-150, esta solução é, hoje em dia, considerada como pouco precisa, tendo sido relegada para equipamentos de grandes dimensões, militares e sistemas bancários. O seu funcionamento é bastante simples, sendo constituído por uma moldura que dispunha em dois dos lados díodos de emissão de feixes de luz (LED) e nos lados opostos de sensores de detecção de luz, de forma a criar uma grelha que ocupasse toda a área de utilização do ecrã. Ao colocar o dedo junto ao ecrã, o seu dedo irá interromper um ou vários feixes de luz emitidos, sendo o cruzamento entre os feixes verticais e horizontais parados: esta é a forma de o sistema determinar a posição do dedo.
Resistivo
A tecnologia de ecrãs resistivos foi muito usada na década de 90 e 2000, quando surgiram os primeiros dispositivos com ecrãs tácteis em massa, como os receptores de GPS, por exemplo. Esta tecnologia consiste na combinação de diversas camadas, sendo a camada superior, ou de contacto, flexível, ao contrário da camada inferior que é totalmente rígida. A camada flexível, ao ter aplicada em si uma superfície interna condutora, permitia que, ao ser pressionada pelo seu dedo na superfície externa, que essa camada condutora entrasse em contacto junto da grelha de contactos existente na camada rígida interna. Apesar de ser uma melhoria importante face à tecnologia de infravermelhos, a resistência da camada flexível e a precisão das áreas de contacto impediram que esta tecnologia se vingasse, sendo meramente usada actualmente em dispositivos industriais com grandes ecrãs.
Capacitivo
A tecnologia de ecrã capacitivo tornou-se na solução mais utilizada em dispositivos que requeiram uma grande precisão na interactividade com o ecrã do mesmo. Esta tecnologia consiste na aplicação de uma minúscula grelha (invisível à vista desarmada) que é alimentada por uma descarga de corrente mínima em cada canto. Ao interagir com o seu dedo, a voltagem emitida por cada canto do ecrã irá sofrer variações, uma vez que o corpo humano irá captar essa corrente, permitindo assim que o sistema determina a posição correcta do seu dedo na grelha dos sensores. Esta é a solução que é utilizada em praticamente todos os equipamentos electrónicos actuais, como smartphones, tablets, computadores pessoais e outros.