O microcomputador Raspberry Pi (lê-se “raspberri pai”) nasceu há cinco anos com o objectivo de ser uma plataforma de baixo custo para ajudar os mais novos a programar e experimentar projectos, mais ou menos avançados, de electrónica.
O modelo original é baseado num processador igual ao que está presente na grande maioria dos smartphones, custa cerca de vinte euros e oferece USB, HDMI e Ethernet. O Pi inclui ainda uma ligação que permite a expansão das suas capacidades através da adição de novos componentes, como ecrãs ou microcontroladores. A alimentação pode ser feita através de um simples carregador de telemóvel com uma ficha microUSB.
O sistema operativo do Rapberry Pi é instalado num cartão de memória microSD. Neste momento existem várias distribuições Linux gerais, como o Raspbian, ou especializadas, como o Kodi.
Com a disponibilização do Windows 10, a Microsoft lançou uma versão gratuita do seu último sistema operativo pensada para microcomputadores como o Raspberry Pi, a que chamou Windows 10 IoT (Internet of Things) Core.
Chegaram as ligações sem fios!
O ano de 2016 trouxe-nos a terceira geração do Raspberry Pi, que deu um salto tecnológico significativo em relação à versão anterior. Assim, o Raspberry Pi 3 inclui agora um SoC com um processador ARM Cortex-A53 de 64-bit (1,2 GHz com quatro núcleos, embora apenas disponha de 1 GB de memória RAM) e uma GPU VideoCore IV da Broadcom, que permite velocidades de relógio superiores aos 250 MHz da versão anterior.
A outra novidade digna de nota na versão mais recente do Raspberry Pi é a presença de um módulo de Wi-Fi e Bluetooth, o que melhora consideravelmente as capacidades de comunicação deste computador.
Tal como acontece desde o modelo B+ da primeira geração, também este novo Raspberry Pi tem uma ranhura para cartões de memória microSD.
De resto, o Raspberry Pi 3 é igual ao 2: traz quatro entradas USB 2.0, uma ligação de rede com fios 10/100 Mbps, um jack de 3,5 mm para o áudio e vídeo composto e ligações de expansão que aceitam todos os módulos de expansão da versão anterior. As necessidades de energia são as mesmas do Raspberry Pi 2: 5 V a 800 mAh, nada que um transformador para smartphone não seja capaz de fornecer.
Sysbench 4 Raspberry Pi 3 Model B | Sysbench Raspberry Pi 2 Model B | Sysbench Raspberry Pi 1 Model B+ | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Raspberry Pi 3 vs. os modelos anteriores
Para avaliar o desempenho do novo Raspberry Pi em relação aos anteriores usámos o teste Sysbench que permite ver o desempenho de um sistema informático tanto ao nível do processador, do sistema de armazenagem e da gestão de uma base de dados. Todos os testes foram feitos com a mais recente distribuição Raspbian do sistema operativo.
Neste caso, optámos por publicar apenas o teste de CPU, apenas por uma questão de espaço; no entanto, como se pode ver pela tabela, dá perfeitamente para ver as diferenças entre os vários modelos. Por exemplo, o mais recente consegue executar o teste onze vezes mais rápido que o Raspberry Pi original – contudo, aqui temos de ressalvar que o novo tem quatro núcleos, enquanto o original tem apenas um.
Em relação ao Raspberry Pi 2, o 3 é quase 100% mais rápido. Todos os testes de desempenho foram feitos sem recurso a qualquer tipo de overclocking dos processadores.
Velocidade da rede Wi-Fi e conclusão
Nos testes de velocidade da rede sem fios usámos o nosso conjunto de ficheiros com 4 GB que foram copiados de um NAS da QNAP com dois discos WD RED de 6 GB. A um metro registámos 18,5 Mbps; a cerca de dez metros chegámos aos 11 Mbps.
Concluindo, esta nova máquina Raspberry Pi 3 é muito mais capaz que a anteriores, tanto em termos de desempenho, como pela versatilidade que as ligações sem fios lhe dão.
Se quiser lançar-se no DIY, ou simplesmente quer transformar uma televisão normal numa Smart TV, o Raspberry Pi 3 é definitivamente o caminho a seguir.