Tal como acontece com muitas outras tecnologias, a história das redes Wi-fi começou muitos anos antes de a tecnologia ter a forma que tem hoje. Em 1942 foi atribuída a patente de uma tecnologia para a transferência de uma onda portadora de sinal por uma grande variedade de frequências de rádio. Que permitia, por exemplo, manter as comunicações mais ou menos privadas, pelo menos em 1942, e também contornar interferências que possam acontecer e que degradam a qualidade do sinal. Esta tecnologia foi pensada originalmente para controlar torpedos após o seu lançamento, mas só foi usada em 1962 durante a crise dos mísseis de Cuba.
A patente foi atribuída a dois inventores improváveis: Hedy Lamarr, uma actriz de Hollywood, e George Anthell, um compositor americano.
É esta tecnologia que está na base do funcionamento das redes sem fios.
Em 1985, o governo norte-americano libertou uma parte do espectro radioeléctrico para utilização livre pelo público.
Mais tarde, em 1991, a NCR e a AT&T lançaram uma gama de caixas registadoras que trabalham com uma tecnologia de rede sem fios chamada WaveLAN, que se pode considerar a base do protocolo de comunicação 802.11 usado em todas as redes sem fios actuais.
Em 1997 foi publicada a primeira norma 802.11, que permitia a comunicação sem fios entre dispositivos digitais a uma velocidade máxima de 2 Mbps (megabits por segundo).
Megabits por segundo vs Megabytes por segundo
1.000.000 bit/s = 99 Mbit/s (um megabit ou um milhão de bits por segundo)
8.000.000 bit/s = 1 MByte/s (um megabyte por segundo)
Em 1999 foi publicada a segunda versão desta norma, a 802.11b, que permitia a comunicação a 11 Mbps. No mesmo ano foi criada a Wi-Fi Alliance, uma organização que reúne um conjunto de empresas fabricantes de componentes e de produtos acabados que usam comunicações sem fios, para definir normas e certificar os produtos que querem usar a tecnologia de redes sem fios.
As redes sem fios foram criadas para complementar ou substituir as redes de comunicação entre dispositivos digitais que usam cabos para transportar os dados. A tecnologia Wi-Fi oferece vantagens evidentes, como a dispensa da passagem de cabos e a possibilidade de aceder à rede a partir de qualquer ponto onde o sinal chegue. O reverso da medalha está nas questões de segurança e, como o sinal rádio nestas redes é de fraca potência, existem também problemas de alcance e qualidade do sinal.
Neste momento estão a ser usadas no mercado doméstico 4 versões da norma para redes sem fios 802.11. Do mais antigo para o mais recente: 802.11 b, 802.11 g, 802.11 n e 802.11 ac.
As normas mais recentes são retrocompatíveis com as mais antigas, de uma forma completamente transparente para o utilizador, que a única coisa que pode notar quando liga por exemplo um dispositivo 802.11 n a um 802.11 b é um decréscimo de velocidade.
Velocidades Wi-fi (máximas) sem alterações à norma:
802.11b | 11 Mbps |
802.11g | 22 Mbps |
802.11n | 600 Mbps |
802.11ac | 1.3 Gbps |
A evolução desta tecnologia tem sido feita muito à conta da velocidade da transmissão dos dados, mas também o alcance e a qualidade do sinal tem evoluído muito. A principal tecnologia empregue na melhoria do alcance e qualidade do sinal chama-se MIMO (Multiple-Input, Multiple-Output), que usa um conjunto de antenas para emitir e receber o sinal simultaneamente, o que, aliado a tecnologias avançadas de análise e modelação do sinal, faz com que este chegue mais longe e com mais qualidade, o que, por sua vez, melhora a velocidade e estabilidade da ligação Wi-Fi.
Outro aspecto das ligações Wi-Fi que tem sofrido grandes melhoramentos ao longo do tempo foi a segurança da comunicação. Pela sua natureza, o sinal Wi-Fi pode ser apanhado fora do local onde a rede está instalada, o que impõe a encriptação do sinal para evitar o acesso indevido a informação guardada nos dispositivos ligados em rede.
Hoje em dia o método mais usado para a encriptação das comunicações nas redes sem fios é o Wi-Fi Protected Access 2 (WPA2). Este protocolo é muito simples de implementar: é definida uma palavra-chave que depois tem de ser inserida em todos os dispositivos que serão ligados à rede.
Mas, apesar de a implementação do sistema WPA2 ser muito simples, os fabricantes tiveram de desenvolver o WPS, ou Wi-Fi Protected Setup, que serve para ligar dispositivos a uma rede sem fios implementando automaticamente todos os dados de acesso ao toque de um botão para facilitar a configuração da rede aos utilizadores menos experientes.
Tipicamente uma rede sem fios usa um router que recebe a comunicação a partir da Internet e já dispõe de todo o hardware para criar a rede Wi-Fi que emite o sinal de rede e os dispositivos que se ligam a esse ponto de acesso.
Outro cenário pode envolver um router sem hardware Wi-Fi ao qual é ligado um dispositivo chamado AP – Access Point, que cria a rede sem fios e permite a ligação dos dispositivos que a vão usar.
SSID Service Set Indentification, basicamente é o nome que o administrador dá à sua rede para a distinguir das outras que possam existir nas proximidades. Esta informação pode ser emitida, ou não, pelo ponto de acesso.