O Departamento de Justiça dos EUA venceu o caso anti-trust contra a Google, em que acusava a empresa de operar um monopólio no mercado de tecnologia de publicidade. Numa decisão publicada esta Quinta-Feira, a Juíza Distrital dos EUA, Leonie Brinkema, diz que as práticas anticoncorrenciais do Google “prejudicaram substancialmente” os editores e os utilizadores na web.
“Os queixosos provaram que a Google se envolveu propositadamente numa série de actos anticoncorrenciais para adquirir e manter poder de monopólio nos mercados de servidores de anúncios de editores e de bolsas de anúncios para publicidade gráfica na web” lê-se na decisão. “Durante mais de uma década, a Google ligou o seu servidor de anúncios de editores e a sua bolsa de anúncios através de políticas contratuais e integração tecnológica, o que permitiu à empresa estabelecer e proteger o seu poder de monopólio nestes dois mercados.”
Ao longo de três semanas, o Departamento de Justiça argumentou que a Google monopolizou ilegalmente três mercados separados no espaço da tecnologia de publicidade online: o dos instrumentos de anúncios de editores, o das redes de anúncios de anunciantes e o das bolsas de anúncios que facilitam as transacções. Argumentaram também que a Google ligou ilegalmente os seus servidores de anúncios de editores à sua bolsa de anúncios em violação da lei anti-trust dos Estado Unidos. O resultado, segundo o governo, é que a Google recebe lucros de um monopólio à custa de editores e anunciantes, que têm uma pior experiência e nenhumas alternativas reais.
Por sua vez, a Google argumentou que toda a visão do mercado do governo era artificial e não se baseava na realidade. Segundo a empresa, as ferramentas da Google ajudam editores e anunciantes a ganharem dinheiro, e o facto de ter ferramentas em diferentes partes do mercado apenas os ajuda a trabalhar bem em conjunto para benefício dos consumidores, disseram. A Google tem razões de negócio legítimas para o seu comportamento e o governo simplesmente quer ditar como pode fazer negócios, argumentaram.
A decisão surge quando a Google e o Departamento de Justiça se preparam para se encontrar noutro tribunal federal, em Washington DC, para a fase de recurso do julgamento sobre o negócio da pesquisa na Internet. Nesse caso, o Departamento de Justiça, sob a administração Biden, propôs dividir a Google, separando o browser Chrome e forçando-a a permitir aos anunciantes de pesquisa online comprar tráfego segmentado por palavras-chave fora das páginas de resultados dos motores de busca.