A inteligência artificial entrou em órbita, à boleia da IBM e da Agência Espacial Europeia (ESA): as duas entidades anunciaram o TerraMind, um novo modelo de IA open source desenvolvido para a observação da Terra.
Criado com a colaboração da KP Labs, do Centro de Supercomputação de Jülich e da Agência Espacial Alemã, o TerraMind foi treinado com o TerraMesh, o «maior conjunto de dados geoespaciais já compilado, com nove milhões de amostras de nove modalidades distintas», dizem os responsáveis.
Apesar do volume de dados — cerca de quinhentos mil milhões de tokens — este LLM é «leve e eficiente»; segundo a IBM e a ESA, o TerraMind consome «dez vezes menos recursos que os modelos convencionais». Em termos de capacidades de análise, consegue lidar com «dados de diferentes formatos (imagens, texto, sequências) e estabelecer correlações entre estes».
Juan Bernabé-Moreno, diretor da IBM Research no Reino Unido e Irlanda, e líder do Accelerated Discovery da IBM para o clima e sustentabilidade, diz que o TerraMind tem uma «compreensão intuitiva dos dados geoespaciais e do planeta».
Num estudo conduzido pela ESA, este modelo «superou doze modelos rivais, sobretudo ao nível da «classificação da cobertura terrestre, da monitorização ambiental e da análise temporal». Uma das vantagens está em analisar dados, outrora «dispersos e armazenados de forma separada», que permitem «prever o risco de escassez de água».
O TerraMind (actualmente disponível no HuggingFace) junta-se à «família de modelos geoespaciais» da IBM, como o Prithvi e o Granite, e será «complementado em Maio com versões especializadas para resposta a catástrofes e casos de uso críticos».