Um grupo internacional de cientistas, onde está Alexandre Correia, professor no Departamento de Física da FCTUC e investigador do Centro de Física da Universidade de Coimbra, detectou o
«primeiro exemplo claro de um ‘planeta polar’», que recebe o nome de 2M1510 (AB) b.
A expressão identifica um planeta que faz um ângulo de 90 graus em relação ao plano das duas estrelas que orbita, neste caso «um binário de anãs castanhas jovens». Estes corpos celestes são «maiores que planetas gigantes gasosos, embora sejam estrelas “falhadas”, ou seja, demasiado pequenas para permitir a fusão do hidrogénio em hélio», explicam os cientistas.
A descoberta foi feita com recurso ao Very Large Telescope do Observatório Europeu do Sul, no Chile, e vem na sequência de várias que aconteceram, nos últimos anos, de planetas a orbitar sistemas binários — os chamados «planetas circumbinários».
Contudo, até agora nunca tinha sido identificado um exoplaneta (um planeta que fica fora do Sistema Solar) com órbitas perpendiculares, apesar de os cientistas confirmarem que já tinha havido indícios de que isso pudesse acontecer. Esta é a confirmação, que surge com uma dose de surpresa adicional.
«Este sistema é bastante raro. Além de ser apenas o segundo par de anãs castanhas eclipsantes conhecido até à data, os especialistas descobriram agora que acolhe também o primeiro exoplaneta jamais encontrado numa trajetória perpendicular à órbita das suas duas estrelas hospedeiras», diz Thomas Baycroft, líder da equipa que fez a descoberta.
As conclusões podem ser lidas com mais detalhe no site do Observatório Europeu do Sul.