Nos anos 2000, o Napster foi o primeiro programa que muitos utilizadores usaram para partilhar música, embora de forma ilegal. Depois de v´rios processos postos por empresas do mundo da música, o serviço encerrou em 2021 mas nunca desapareceu.
Pouco tempo depois, a Roxio comprou a marca para fazer o rebranding da sua plataforma Pressplay, que se passou a chamar Napster 2.0. Em 2008, foi a vez de a cadeia de lojas BestBuy adquirir esta propriedade intelectual (por cerca de 110 milhões de euros) e, em 2011, houve uma fusão com a Rhapsody, que passou a usar Napster como o seu nome oficial.
Desde então, o Napster funcionou como uma plataforma de streaming e de radio online, tal como o Spotify ou a Apple Music. Em 2020, o serviço passou para a MelodyVR e, em 2022, tornou-se propriedade das empresas Hivemind e Algorand, continuando a operar desta forma – em Portugal, a mensalidade é de 7,69 euros.
Agora, três anos depois, muda outra vez de mãos: a nova dona é a empresa de tecnologia 3D Infinite Reality, que deu 191 milhões de euros para ficar com os direitos sobre a marca criada por Shawn Fanning e Sean Parker em 1999.
Nesta nova vida do Naspter, entra a realidade virtual: o CEO da Infinite Reality, John Acunto, confirmou à CNBC que o programa que começou por permitir a partilha de música passa a ser uma «ferramenta de marketing para o metaverso».
«O plano passa por criar espaços virtuais em 3D onde os fãs podem assistir juntos a concertos ou a sessões de audição de álbuns, e onde músicos e editoras possam vender produtos físicos e virtuais», disse John Acunto. «Hoje em dia, ninguém nas plataformas de streaming está a criar espaços assim e não há nome melhor do que o Napster para voltar a agitar o mercado», lembrou o CEO.
A ideia passa, assim, por criar uma espécie de Clubhouse para música, a rede social que ganhou popularidade durante a pandemia, mas que caiu rapidamente no esquecimento. «Vai ser como esta plataforma, mas vezes um trilião», concluiu John Acunto em entrevista à CNBC.