A Hasselblad é, reconhecidamente, uma daquelas marcas imediatamente associadas a câmaras bastante caras (e não só). Se formos à loja e começarmos a fazer um conjunto com lentes e alguns acessórios, chegamos rapidamente aos vinte mil euros. Captar imagens com um smartphone não será o mesmo, mas as várias parcerias entre fabricantes e empresas ligadas ao mundo da fotografia mostram que há algumas mais valias para dar aos utilizadores, no ultra-competitivo mercado da mobilidade. Não é a primeira vez que a Hasselblad se “mete” com uma marca de telemóveis (já se juntou à Motorola e à OnePlus), mas esta será mesmo a mais importante, tendo em conta as capacidades do Find X8 Pro que experimentámos.
Cheirinho a caro
Onde começamos logo a ver que o topo de gama da Oppo não está para brincadeiras, é no módulo traseiro: imponente, integra as quatro câmaras e mostra, no centro, o logo da Hasselblad. O design transmite uma aura premium, com as lentes dispostas às 12, 3, 6 e 9 horas; ao todo, são 200 MP de sensores, cada um com 50 MP e, obviamente, diferentes funções: grande angular (23 mm), ultra grande angular (15 mm) e dois telezoom periscópio (73 e 135 mm). Praticamente, ter o Find X8 Pro na mão é como ter, com as devidas concessões, um kit de objectivas profissional no valor de alguns milhares de euros em “preços Hasselblad”. O resultado é aquele “cheirinho” a fotografia cara de que falávamos ao início, com alguns dos melhores resultados que temos visto, quer no que respeita a retratos, quer a paisagens ou macros.
Zoom máximo com IA
Nota-se que, depois de tirarmos as fotografias, entram em cena alguns pozinhos mágicos do software da Oppo, que corrigem as cores e acentuam os detalhes, mas percebemos que é sempre para melhorar a imagem e não para estragar ou deixá-las com um ar artificial. A única excepção é quando experimentámos captar uma imagem com um máximo de zoom (120x) – assim que cruzamos a linha das 60x (até aí, o zoom fica a cargo da teleobjectiva, sem intervenção de software), aparece de imediato um aviso: ‘Zoom telescópio por IA: ligado’. O resultado são imagens plásticas, embora se perceba o esforço do Find X8 Pro em tentar suavizar todas as imperfeições de um zoom tão… surreal.
Já que falamos em zoom, a Oppo inspirou-se na Apple e integrou um botão especial na lateral direita do smartphone que serve de obturador e, ao deslizar o dedo por cima, controlar a distância a que tiramos a foto. Apesar de funcionar de forma satisfatória, nada mais se pode fazer com este botão (seleccionar modos de fotografia e outros parâmetros, como no iPhone 16, é impossível), pelo a sua utilidade é bastante discutível – acabámos sempre por recorrer ao ecrã táctil.
Português continua de fora
O outro ponto de destaque é a integração clássica de ferramentas de IA. Este é o primeiro Oppo a ter o Circle to Search da Google (para activar, basta tocar e deixar o dedo na base do ecrã), que funciona tal e qual como nos Pixel; e a ter, nativamente, a app AI Studio, que estava em falta nos Reno12 Pro e que a marca remeteu para um futuro update do sistema operativo.
Com o ColorOS 15, que também se estreia neste modelo, este recurso já vem incluído e, basicamente, permite tirar uma fotografia de uma cara e adaptá-la a um estilo, deste um super-herói a um executivo, para usarmos, por exemplo, num perfil de LinkedIn. O que continua a faltar nas ferramentas nativas de IA da Oppo (tradução de sites, resumos, transcrição de gravações áudio) é o português, pelo que, aqui, a marca continua a ter nota negativa, apesar de tudo funcionar bastante bem.
Distribuidor: Oppo
Preço: €1299,99
Benchmarks
- AnTuTu: 2 304 117
- 3D Mark Wild Life: 22 363
- GeekBench 6 Single CPU: 2700
- GeekBench 6 Multi CPU: 7924
- GeekBench 6 OpenCL: 19 712
- PCMark 3.0 Work: 14 135
- PCMark 3.0 Battery: 1189 minutos
Ficha Técnica
Processador: Mediatek Dimensity 9400 (3 nm)
Memória: 12 GB
Armazenamento: 512 GB
Câmara: 200 MP (traseira); 32 MP (frontal)
Ecrã: 6,7″ LTPO AMOLED (1264 x 2780) a 450 ppi, 120 Hz
Bateria: 5000 mAh
Dimensões: 162,3 x 76,7 x 8,2 mm
Peso: 215 gr