O presidente dos EUA, Donald Trump, confirmou ontem que a Microsoft está de facto na corrida para comprar o TikTok. Durante o fim de semana, já tinham surgido rumores que davam conta que a Microsoft e a Oracle estavam a competir para comprar o TikTok. Estima-se que a gigante chinesa das redes sociais possa valer até 100 mil milhões de dólares devido ao seu algoritmo proprietário, conhecido pela sua qualidade viciante.
Actualmente, o TikTok é o rei de facto das redes sociais, uma vez que as gerações mais novas têm evitado o Facebook e até mesmo o Instagram nos últimos anos, optando pela fórmula frenética de vídeos que o TikTok oferece.
Em 2020, a Microsoft já tinha estado envolvida em negociações para comprar o TikTok, nas quais tanto a gigante da cloud Oracle como até a cadeia de lojas Walmart ponderaram uma aquisição. Na altura, o CEO da Microsoft, Satya Nadella, disse que era “a coisa mais estranha” em que já tinha trabalhado. De facto, a única razão pela qual a empresa-mãe Bytedance estava a considerar uma venda era devido à pressão do Congresso dos EUA para mudar as operações da aplicação para o ocidente. Os políticos dos Estados Unidos defendem que o facto de a aplicação ser desenvolvida e operada por uma empresa chinesa tornam-na essencialmente uma ameaça à segurança nacional. A China proibiu as redes sociais ocidentais, como o Facebook e o X, de funcionarem no país, o que alguns, incluindo Elon Musk, defendem que cria um “desequilíbrio”.
Uma notícia, publicada pela agência Reuters, indica que o presidente dos EUA, Donald Trump, confirmou que a Microsoft está em negociações para comprar o TikTok. O Congresso dos Estados Unidos decretou que o TikTok precisa de vender as suas operações nos EUA ou deixar de operar no país. Pouco depois de ser empossado, o novo presidente assinou uma ordem executiva para dar ao TikTok 75 dias para encontrar uma solução, o que, mais uma vez, parece envolver uma venda total ou parcial a uma empresa sediada nos Estados Unidos.
A Microsoft já tem a sua própria rede social, o LinkedIn, que é completamente distinta do TikTok por se assumir como uma ferramenta profissional. O LinkedIn gira em torno de carreiras e da procura de trabalho, e não é propriamente o fenómeno cultural que aplicações como o TikTok ou o Instagram são. A influência do TikTok nas opiniões globais, nas tendências políticas e no marketing tem sido inegável nos últimos anos. Alguns reguladores, como os da União Europeia, têm investigado se o algoritmo do TikTok está a ser utilizado de forma abusiva pelos estados para influenciar as eleições.
Outras entidades interessadas em comprar o TikTok incluem a gigante da cloud Oracle, que já aloja as operações da empresa nos Estados Unidos. A plataforma Azure da Microsoft aloja as capacidades de IA generativa do TikTok, o que lhes dá uma ligação óbvia. O proprietário da X, Elon Musk, também terá sido considerado como potencial comprador.
A Microsoft pode realmente comprar o TikTok?
Há semanas, o TikTok estava preparado para fechar completamente em vez de se submeter a uma mudança de mãos, mas agora parece que uma compra pode ser uma possibilidade. Quem quer que acabe com a rede social está provavelmente perante a aquisição de tecnologia mais cara da história, devido à avaliação absolutamente elevadíssima que a Bytedance irá, sem dúvida, defender.
De facto, o ex-CEO da Microsoft, Bill Gates, descreveu anteriormente a potencial aquisição como um “cálice de veneno” para a empresa. “É um cálice de veneno. Ser grande no negócio das redes sociais não é fácil”, observou Gates, assinalando o intenso escrutínio político que acompanha a indústria. A Microsoft não é, de forma alguma, uma escolha natural para operar redes sociais e tem-se tornado bastante ineficiente na entrega de produtos orientados para o consumidor. Um bom exemplo disto foi não ter sabido aproveitar o Skype, que foi, durante algum tempo, a principal forma de comunicação online.
Nem a Microsoft nem a Bytedance ofereceram um comentário oficial sobre as negociações relatadas até à data.