O Dr. Gilles Bailet e a sua equipa na James Watt School of Engineering da Universidade de Glasgow receberam uma patente para um protótipo de impressora 3D que foi testado para funcionar em gravidade zero. Este sistema também foi concebido para funcionar no vácuo do espaço, permitindo a sua utilização fora de naves espaciais e estações espaciais. De acordo com a Universidade de Glasgow, a equipa de investigação levou o kit em três voos de teste que permitiram mais de 90 períodos de 22 segundos de ausência de peso, permitindo-lhes testar como a impressora funciona em ambientes de microgravidade.
As impressoras 3D foram utilizadas pela primeira vez em órbita em 2014, o que permitiu aos astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) imprimir peças e ferramentas de plástico. No ano passado, a Agência Espacial Europeia enviou uma impressora 3D capaz de fabricar objectos em metal e está actualmente a testá-la na ISS para ver como a microgravidade afecta a impressão de peças de metal. No entanto, todo este equipamento foi concebido para ser utilizado dentro da ISS, que está pressurizada a um nível semelhante ao da Terra.
“A impressão 3D, é capaz de produzir objectos complexos de forma rápida e a baixo custo”, disse o Dr. Bailet. “No entanto, o que funciona bem aqui na Terra é frequentemente menos robusto no vácuo do espaço, e a impressão 3D nunca foi feita fora dos módulos pressurizados da Estação Espacial Internacional. Os filamentos nas impressoras 3D convencionais partem-se ou encravam frequentemente em microgravidade e no vácuo, o que é um problema que precisa de ser resolvido antes de poderem ser usados de forma fiável no espaço.”
Em vez de usar o filamento típico usado na maioria das impressoras 3D terrestres, o Dr. Bailet e a sua equipa criaram um material granular que pode ser facilmente puxado para o depósito de matéria-prima e para o extrusor da impressora mais rapidamente do que outros materiais. Este material também evita quebras ou encravamentos dos filamentos, permitindo que funcione de forma mais fiável e com menos supervisão.
Além de produzir ferramentas e peças para naves espaciais em órbita, a equipa também imaginou imprimir outros objectos que podem trazer avanços inovadores em terra. Isso inclui os reflectores espaciais, que poderiam recolher energia solar em órbita e reflecti-la para uma estação terrestre, permitindo a produção de energia através da luz solar 24 horas por dia. O Dr. Bailet também falou sobre usá-la para produzir produtos farmacêuticos mais eficazes do que os que temos agora.
Se se provar que esta impressora 3D é eficaz, pode permitir que os astronautas comecem a imprimir objectos maiores fora da ISS. Isto pode revolucionar as viagens espaciais, porque permite a impressão de objectos frágeis, mas volumosos no espaço eliminando a necessidade de serem colocados em foguetões e lançados da superfície do planeta. Se e quando voltarmos à Lua, esta tecnologia simplificará o fabrico de objecto no nosso satélite natural, e em breve poderemos lançar naves em direcção a Marte a partir da Lua.