Levei sessenta anos a estrear a brejeirice numa coluna de imprensa, mas dizem que, com a idade, vamos perdendo filtros e, se assim for, há que temer o pior (mas não hoje). Quero falar do anão na sala, do Mac Mini com processadores M4 e M4 Pro que está a provocar alguns t(r)emores na escolha de hardware com a maçã impressa. Já todos, ou quase todos, sabemos que há uma linha nova destes computadores com um novo formato físico, ridiculamente pequeno, capaz de enervar uma montanha de fabricantes de docks e bases que, agora, têm de se reorganizar. Nunca, como agora, com um potente e promissor processador, o promitente comprador teve a dificuldade de escolha que agora se perfila.
Pagar menos por um modelo que precisa de um monitor, teclado e rato (que podem, muito provavelmente, ser os do computador que está a substituir) ou começar pela entrada de gama e fazer as contas a partir daí? A configuração possível no momento da compra é cara. Um facto indesmentível que podemos dispensar, dado que o custo de um bom hub, com capacidade de instalação de um disco de grande capacidade, custará muito menos que os upgrades possíveis no configurador da Apple. E isto é apenas um exemplo que pode bem ser estendido a outras matérias, como portas adicionais ou leitores de cartões de vários formatos.
O Mac Mini M4 é, indiscutivelmente, uma máquina com um muitíssimo bom desempenho, pelo que, no momento da compra, será preferível optar por mais quantidade de memória (embora me doa ver o preço de mais 8 GB…), que por capacidade de processamento ou armazenamento – porque há que não esquecer que upgrades posteriores “vistezíos”, como se diz popularmente.
Os testes de carga que pude fazer são absolutamente satisfatórios e, mesmo que tenha pedido ao equipamento um teste de esforço que vai muito para lá das minhas necessidades (que, no limite se ocupam de vídeo e áudio mais “pesados” e duros de manusear para o sistema e aplicações), o tempo da maioria das operações mais prolongadas aproxima-se (ou, pontualmente, excedem) espantosamente das obtidas com um dos novos modelos de iMac. Sim, é verdade que este investimento é acessível, mas esconde valores para monitores, teclado e rato (se vai substituir uma máquina com dez ou mais anos, há muita coisa aproveitável que, provavelmente, já terá sido amortizada).
Contudo, as possibilidades de hardware periférico são inúmeras – e ri-me muito quando liguei monitores Thunderbolt com vinte anos, como o épico Cinema Display de trinta polegadas. O desempenho é mesmo muitíssimo bom para um investimento tão “baixo” quanto este; o Mac Mini é muito veloz, não mostra sinais de esforço quando submetido a castigos e surge (com algum espanto) a discutir, com os seus camaradas de linha, um lugar ao Sol da apreciação.