A segunda parte de Relatório de Segurança do Consumidor e Crimes Financeiros da Revolut é dominada por uma grande crítica desta fintech à empresa de Mark Zuckerberg – a empresa quer que a Meta se «comprometa a partilhar o reembolso das vítimas de fraude».
Esta exigência surge na sequência de este relatório ter concluído que as redes sociais da Meta (Facebook, Instagram e WhatsApp) são as responsáveis pela maioria das fraudes nesta app, durante o primeiro semestre de 2024: 62% (no último semestre de 2023, esta percentagem tinha sido de 63%). Aqui, o Facebook é o principal “culpado”: 39% das burlas acontecem nesta plataforma.
«A Revolut apela à Meta para que se comprometa a reembolsar as vítimas de fraude, argumentando que a sua iniciativa de partilha de dados com os bancos e instituições financeiras do Reino Unido está muito aquém do que é necessário para combater a fraude a nível mundial – simplesmente não é suficiente», diz a fintech em comunicado.
No mesmo documento, a Revolut diz estar «profundamente preocupada com o facto de a iniciativa [da Meta] não abordar o que é necessário para combater a fraude». Segundo a fintech, a «atenção está a ser colocada nas instituições financeiras para que forneçam dados sobre as fraudes observadas nas plataformas Meta» quando o que seria acertado era a empresa de Zuckerberg «investir mais na monitorização das suas próprias plataformas».
Em cima disto, está o facto da iniciativa da Meta ser apenas válida no Reino Unido, quando a «fraude é um problema global que afecta consumidores e empresas em muitos países». A acusação da Revolut vai mais longe: «Continua a não haver qualquer compromisso de comparticipação no reembolso das vítimas defraudadas nas plataformas da Meta, apesar de a empresa poder vir a lucrar com anúncios falsos e fraudulentos».
No fundo, a Revolut não quer ser a única entidade a suportar o ressarcimento das vítimas de fraude bancária, uma vez que é são as redes sociais a servir de veículo para que os burlões enganem os clientes da empresa: «O que é urgente é que a Meta e outras empresas de redes sociais se comprometam a apoiar as vítimas de fraude da mesma forma que as instituições financeiras o fazem. O seu silêncio sobre esta questão diz tudo. Devemos ser a última linha de defesa, não a única».
Sobre o caso português, Woody Malouf, head of financial crime da Revolut, está «confiante na medidas que o Governo está a tomar para combater a fraude». O relatório aponta que, no País, a burla de compra foi a «mais prevalente», com 45%.