Ao contrário do que seria expectável, sobretudo numa indústria relativamente recente e em franca expansão em Portugal, os melhores casinos são extremamente discretos nas suas campanhas publicitárias e nas táticas de marketing que utilizam. O normal seria os operadores marcarem a sua presença de forma mais chamativa, de forma a atrair o maior número possível de jogadores.
Porém, não é nada comum ver um casino online Portugal legal a invadir a internet, as redes sociais ou a televisão ou mesmo as ruas com um conjunto de conteúdos a promover reiteradamente o seu site. Neste artigo, explicamos as razões desta postura mais recatada, que, como veremos, prende-se com as especificações regulatórias do setor e resulta numa filosofia diferente de abordagem ao mercado.
As Obrigações de um Casino Regulado
Os casinos regulados são entidades que operam legalmente em Portugal através de uma licença do Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos (SRIJ), o organismo estatal responsável pela regulamentação e supervisão do jogo no país.
Estes casinos diferem dos sites não regulados, que têm origem em jurisdições offshore, não possuem licença nacional e operam de forma não legal em Portugal. Essa situação irregular iliba-os, consequentemente, de quaisquer obrigações publicitárias legais, estando livres para fazer quase tudo. A única contrapartida é o facto de estarem permanentemente sujeitos a um encerramento compulsivo por parte das autoridades.
Mas esta diferença significa que existe uma discrepância fundamental entre ambos. Os casinos legais têm de cumprir um conjunto de regras regulatórias que os obriga a promover a sua atividade de forma ética, incentivando o jogo responsável e protegendo sempre o jogador. Desta forma, estão bastante mais limitados na forma de fazer publicidade. Existe mesmo um documento oficial que define a forma e o modo como podem promover a sua atividade junto dos apostadores, o Regime Jurídico dos Jogos e Apostas Online (RJO).
Limitações Regulatórias
Assim sendo, os casinos legais estão obrigados por lei a fazer uma publicidade que transmita uma mensagem considerada responsável e respeitadora das diretrizes do RJO.
Desde logo, só se podem dirigir a maiores de idade em todas as suas comunicações e nunca, sob forma ou pretexto algum, poderão fazê-lo a menores. Mais, o SRIJ impõe aos casinos licenciados, para lá de todos os menores, a proteção efetiva dos grupos considerados vulneráveis e de risco face ao vício do jogo.
Por fim, o RJO exige ainda um apelo explícito dos operadores à moderação e ao carácter lúdico do jogo, proíbe explicitamente a promoção da ideia de ganhos fáceis e de êxito social de quem ganha e bane por completo a oferta de soluções de endividamento pelos casinos. O incumprimento destas diretivas resultará na aplicação de contraordenações proporcionais à gravidade da infração, podendo ir de coimas à suspensão ou revogação da licença.
Uma Questão de Reputação
Dentro do conjunto dos casinos licenciados, os melhores e mais respeitados são os que consideram fundamentais para a sua atividade o respeito por estes princípios, pelos jogadores portugueses e pelo regulador. É por essa razão que toda e qualquer ação de marketing mais agressiva estará fora de questão: poderá pôr em perigo a posse da licença que os coloca no lote dos melhores operadores de Portugal.
Esta forma de estar reflete-se em campanhas discretas, éticas e responsáveis, mas não menos alegres e divertidas. Apenas mais focadas no estabelecimento de um vínculo de confiança entre o apostador e o casino, e menos na promoção ativa e insistente de prémios, jackpots e promessas de dinheiro. Para estes operadores, a retenção dos jogadores é tão importante quanto a aquisição e a postura de responsabilidade é um elemento de que não abdicam.
O grande objetivo é criar uma imagem de marca confiável e conhecida do público português, estabelecendo com este, em simultâneo, um relacionamento a longo prazo. Qualquer prática mais agressiva, como a colaboração – mesmo que autorizada- com figuras públicas ou a publicidade em sites pouco confiáveis, que possa ser vista como meio coercivo ou atentatório dos direitos e proteção dos jogadores, deve ser evitada ao máximo.
Se os casinos offshore farão tudo, de forma ética ou não, para atrair novos jogadores numa estratégia de curto prazo, os casinos legais e, sobretudo, dentro deste grupo, os melhores dos melhores, evitarão ao máximo grandes golpes e alaridos publicitários. Uma estratégia demorada, permanente e sempre a pensar no futuro é muito mais o estilo destes casinos de renome, quer por necessidade legal, quer pela ideia fundamental de que vieram para ficar.