Em Março deste ano, a actividade da Worldcoin foi suspensa em Portugal pela Comissão Nacional de Proteção de Dados devido a várias denúncias relativas a «recolha de dados de menores de idade sem a autorização dos pais ou outros representantes legais».
Esta empresa, que lia as íris dos utilizadores com um sistema chamado Orb em troca de uma soma em criptomoedas, anunciou duas mudanças na sua forma de operação logo no princípio de Abril. Na altura, a Worldcoin passou a pedir a «verificação presencial de idade» e a possibilidade de «apagar a verificação do World ID através da eliminação permanente do código da íris».
Mesmo depois disto acontecer, a actividade da Worldcoin continuou suspensa em Portugal e em vários outros países, uma situação que se mantém até hoje. Contudo, isto não impediu a empresa liderada por Alex Blania e Sam Altman (o CEO da OpenAI) de anunciar novidades, num evento que aconteceu nos EUA.
Desde logo, a empresa deixa cair a designação ‘coin’ (moeda) do nome e passa apenas a chamar-se ‘World’; depois, foram anunciadas «actualizações com vista a aumentar a protecção da privacidade, combater deepfakes e fraudes online», cuja base passam a ser «três pilares fundamentais»: World Chain, World ID e Worldcoin.
«As novidades apresentadas contribuem para que o projecto funcione como uma rede criada para dar prioridade aos seres humanos no contexto dos avanços da inteligência artificial», sublinha a World em comunicado.
Relativamente à World Chain, é o novo “universo” digital onde passam a ficar alojados todos os dados dos «cerca de quinze milhões de detentores do passaporte World ID e utilizadores da World App». Já o World ID 3.0 é a actualização das credenciais World ID com «maior protecção à privacidade». Finalmente, a aplicação da empresa foi «totalmente redesenhada» e passa a inclui «mini-apps», ou seja, a capacidade de gerir directamente neste plataforma «aplicações de outras entidades».
Finalmente, a World apresentou um novo modelo da Orb, que agora permite «tornar os processos mais rápidos e eficientes». Neste equipamento está incluída a igualmente nova tecnologia World ID Deep Face, que «combina as imagens captadas, a custódia pessoal e a Face Auth».
A empresa justifica estas mudanças no software da Orb com o facto de dar aos utilizadores o poder de «verificar se estão a comunicar com seres humanos reais» para «combater a ameaça crescente de deepfakes, quer seja em interações de vídeo em tempo real, ou em conversas online».