Como praticamente todas as empresas de tecnologia actuais, a Google está a investir muito em tecnologias Inteligência Artificial. A empresa não só está a promover os seus próprios produtos de IA generativa, como também os está a utilizar para aumentar a produtividade. Segundo o CEO Sundar Pichai, a IA está a ser usada para escrever cerca de 25% do novo código na Google.
Durante a apresentação de resultados do terceiro trimestre de 2024, o CEO disse que a Google está a “usar a IA internamente para melhorar os processos de programação, o que está a aumentar a produtividade e a eficiência”, acrescentando que mais de um quarto de todo o novo código na Google é gerado por IA.
Esta afirmação levanta questões sobre substituição de empregos ocupados por humanos por IA, os erros que pode introduzir e os potenciais problemas de direitos de autor, mas Pichai diz que todo o código gerado por IA é revisto e aceite por engenheiros. O chefe da Google acrescentou que isso ajuda os programadores a completar mais trabalho mais rapidamente.
O código gerado por IA e assistido por IA não tem a melhor reputação. Em 2022, um estudo descobriu que, quando os programadores têm acesso a IA geradora de código, a sua produção é mais propensa a conter erros ou mais insegura em comparação com as soluções “feitas à mão”.
Em Abril de 2023, um outro estudo que envolveu fazer 517 perguntas sobre programação ao ChatGPT descobriu que a IA errou mais de metade delas.
A IA generativa está a melhorar constantemente, mas mesmo que actualmente esteja a cometer menos erros, um estudo realizado no início deste mês concluiu que o uso de assistentes de codificação de IA não aumenta a produtividade nem previne o burnout dos programadores.
Embora Pichai tenha mencionado que humanos ainda revêem e verificam o código gerado por IA, é fácil imaginar que o seu uso acabará por ter o custo de, pelo menos, alguns empregos. É especialmente preocupante à luz da afirmação de Anat Ashkenazi, a nova CFO da Alphabet, de que uma das suas principais prioridades na empresa será promover mais “eficiências de custos”.
No ano passado, a Alphabet, a empresa que detém a Google, despediu 12.000 pessoas, ou 6% da sua força de trabalho global, e tem vindo a cortar mais funcionários em 2024. Ashkenazi, que passou 23 anos na Eli Lilly, elogiou as medidas de redução de custos implementadas pela empresa, mas disse que “qualquer organização pode sempre ir um pouco mais longe” e que estará “à procura de oportunidades adicionais”.
Foi relatado no início desta semana que a Google estava a trabalhar num agente de IA chamado Jarvis que pode assumir o controlo do PC de um utilizador. Supostamente, automatiza tarefas diárias baseadas na web. A assistente tira screenshots, interpreta a informação que lá está e, em seguida, clica em botões ou insere texto.