Neuralink obtém aprovação da FDA para testar dispositivo que pode restaurar a visão às pessoas que ficaram cegas

A Neuralink obteve um impulso importante para o desenvolvimento de uma tecnologia que um dia pode restaurar a visão a pessoas cegas.

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 4 min
Foto de Growtika na Unsplash

A Neuralink anunciou recentemente que recebeu a “Designação de Dispositivo Inovador” da FDA (Food and Drug Administration), a entidade que aprova medicamentos, terapias e dispositivos médicos nos Estados Unidos, para um dispositivo chamado Blindsight, que foi projectado para restaurar a visão àqueles que já não conseguem ver. Segundo uma publicação de Elon Musk na rede social X, o Blindsight tem o potencial de permitir que pessoas que perderam ambos os olhos, ou até mesmo os seus nervos ópticos, vejam o mundo novamente.

Musk explicou que, desde que o córtex visual no cérebro permaneça intacto, o Blindsight pode funcionar em conjunto com o implante cerebral da Neuralink para permitir que pessoas que são cegas desde o nascimento experimentem a visão pela primeira vez. No entanto, as expectativas devem ser moderadas, porque os resultados iniciais provavelmente se assemelharão a gráficos de baixa resolução, semelhantes aos das primeiras consolas Atari.

A tecnologia até tem potencial para superar as limitações da visão humana natural, oferecendo capacidades adicionais, como ver nas faixas de luz infravermelha ou ultravioleta do espectro electromagnético. Musk até compara o novo dispositivo com a viseira fictícia usada pelo Tenente Geordi La Forge da série televisiva Star Trek: The Next Generation, que digitaliza o espectro electromagnético e o converte num input visual transmitido ao cérebro através do nervo óptico.

A “Designação de Dispositivo Inovador” da FDA é reservada para dispositivos médicos que podem oferecer “vantagens significativas” em relação aos tratamentos existentes para condições de saúde graves. Esta designação permite à FDA alocar recursos adicionais para análises mais rápidas e fornecer feedback mais frequente e em tempo real para facilitar o desenvolvimento.

Se o dispositivo responder às expectativas iniciais, até poderá chegar ao mercado mais cedo. Embora a designação não garanta a aprovação, destaca o potencial do dispositivo para benefícios “substanciais” para o paciente e acelera o seu caminho para a comercialização, observa a FDA. A Neuralink está actualmente à procura de indivíduos tetraplégicos para participar em novos ensaios clínicos dos seus implantes cerebrais.

A Neuralink, com sede na Califórnia, já demonstrou resultados promissores com a sua interface cérebro-computador. Há semanas, a empresa revelou que o segundo paciente a receber o seu implante cerebral recuperou a capacidade de jogar videojogos após sofrer uma lesão na medula espinhal.

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