Com uma forte redução na procura pelos produtos da Intel, é evidente que a empresa já não tem o músculo financeiro de outrora. A empresa tem enfrentado desafios significativos, incluindo uma queda acentuada na quota de mercado e resultados financeiros decepcionantes, o que levou à maior queda no valor das suas acções numa década. No entanto, quando a Arm Holdings a abordou para discutir uma possível aquisição da sua divisão de produtos, a Intel rejeitou a oferta, afirmando que a divisão não estava à venda.
Como parte dos esforços de redução de custos e reestruturação, a Intel vai despedir 15.000 funcionários, a reduzir a expansão de fábricas e a suspender a distribuição de dividendos aos accionistas. O domínio da Intel na indústria de semicondutores está agora diminuído por causa da uma concorrência feroz de empresas como a TSMC, Nvidia e AMD.
A Intel tem duas unidades de negócio principais: a de produtos e a de fabrico. A divisão de produtos concentra-se principalmente na venda de chips para computadores pessoais, servidores e equipamentos de rede, como as linhas de produtos Core e Xeon. A divisão de fabrico opera as suas próprias fábricas de chips, também conhecidas como “fabs”, que fabricam os produtos da Intel. Estas fábricas também podem ser contratadas por outros clientes para fabricarem os seus produtos, mas a Intel tem enfrentado atrasos na implementação de novos processos de fabrico em comparação com concorrentes como a TSMC, o que torna as fábricas de Intel menos atractivas para o fabrico de chips com margens mais altas.
Como parte do processo de reestruturação, a Intel planeia separar mais claramente as suas divisões de produto e de fabrico, para que o grupo de produtos possa actuar como uma unidade de negócio independente que pode fazer parcerias com empresas externas, como a TSMC, para fabricar chips a um ritmo mais rápido.
A Arm não é a única interessada em adquirir a Intel. Recentemente, a Qualcomm também expressou interesse em adquirir a divisão de produtos da Intel. A Qualcomm, que se especializa no design de chips baseados em Arm para dispositivos móveis, também manifestou interesse em outras partes do negócio da Intel, como a sua empresa de fabrico de dispositivos lógicos programáveis, a Altera, e até mesmo no negócio de fabrico de chips. A Apollo Global Management também demonstrou interesse em investir na Intel, alegadamente oferecendo até 5 mil milhões de dólares.