Uma equipa de cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, criou um revestimento fotovoltaico que permite captar energia solar em qualquer lado. Se o revestimento for usado em smartphones, mochilas e até em automóveis eléctricos pode ajudar a diminuir a necessidade de se construírem grandes centrais fotovoltaicas.
As soluções fotovoltaicas portáteis que estão disponíveis actualmente são limitadas e mais ou menos complicadas de usar. Os powerbanks com células fotovoltaicas, permitem o carregamento de pequenos dispositivos, mas são volumosos e, muitas vezes, ficam esquecidos em casa. Também estão disponíveis várias capas para smartphones com células fotovoltaicas que permitem carregar o dispositivo, mas de uma forma bastante lenta. Isto quer dizer que, na maioria dos casos, carregar um qualquer dispositivo quer dizer ligá-lo a uma tomada.
O novo revestimento fotovoltaico pode ajudar a resolver estes problemas. Tem apenas um mícron de espessura (cerca de 70 vezes mais fino que um cabelo humano) e suficientemente fino e flexível para ser aplicado na superfície de qualquer edifício ou objecto.
Este revestimento é fruto de 5 anos de experiências e envolve empilhar várias camadas de perovskita para construir uma célula fotovoltaica flexível. A perovskita capta os fotões de uma forma mais eficiente que o silício usado nas células fotovoltaicas tradicionais. Isto permite produzir a mesma quantidade de energia eléctrica que uma célula tradicional, mas ocupando um espaço muito mais reduzido. Os testes realizados na universidade revelaram que o revestimento de perovskita é capaz de converter 27% da energia solar em energia eléctrica, enquanto as células de convencionais em silício conseguem converter entre 22 e 24,5%.
A equipa que desenvolveu este revestimento espera que este possa reduzir a dependência global das centrais fotovoltaicas que, pela quantidade de espaço de que necessitam, reduzem o tamanho dos habitats naturais e ocupam espaço que podia ser usado para agricultura.