Não é novidade nenhuma que muitas empresas de tecnologias têm vindo a transformar produtos que antes eram comprados uma única vez em serviços, muitas vezes com subscrições que têm de ser pagas. Apesar de esta tendência afectar principalmente os produtos de software, alguns fabricantes estão a fazer experiências no mercado do hardware. Os dispositivos de interface humana, nomeadamente os teclados e ratos) podem vir a ser os próximos porque já estão agregados a pacotes de software mais ou menos elaborados.
Numa entrevista recente ao site The Verge, a CEO da Logitech, Hanneke Faber, sugeriu que um possível “rato eterno”, que nunca será substituído, continue a receber actualizações de firmware com novas funcionalidades e uma subscrição não está fora de questão.
O centro de inovação da empresa na Irlanda teve a ideia de construir um rato de alta qualidade suficientemente resistente para possibilitar um período de utilização indefinido e que recebe novo software e serviços durante a sua vida. Faber descreveu este produto como um objectivo que a Logitech quer atingir, mas a empresa está ainda a desenvolver o modelo de negócio.
No que respeita ao preço de um dispositivo deste tipo, Faber comparou o rato a relógio Rolex e o software ao negócio de videoconferência da Logitech. Uma subscrição paga é possível, mas a CEO não deu mais detalhes. A responsável da empresa justificou a ideia de um rato de longa duração com a limitação da produção de lixo electrónico, porque os utilizadores iriam mudar os seus ratos com menos frequência.
Há anos que a Logitech oferece aplicações e actualizações para os seus ratos, teclados e outros produtos. Por exemplo, o software G-Hub permite aos utilizadores personalizarem os inputs, sensibilidade e outras funcionalidades. A empresa actualiza o software regularmente com a integração de perfis específicos para vários jogos. As palavras de Faber sugerem que a empresa pode vir a intensificar os seus esforços nesta área.