A OpenDNS decidiu encerrar os seus servidores em Portugal e França devido a uma decisão judicial (na sequência de uma queixa feito pelos grupos de defesa dos direitos de autor portugueses e franceses), cujo objectivo foi o de bloquear streams piratas dos jogos de futebol do Euro 2024.
Quem gere o OpenDNS decidiu que, com tantos sites para bloquear, mais valia fechar o serviço nestes dois países. No entanto, um estudo realizado em França revelou que o número de pessoas afectadas pelo bloqueio ronda os 0,084%, dos quais apenas 2% não usará outra alternativa para aceder aos mesmos streams, o que torna este esforço completamente nulo.
Além de isto acabar por afectar muito mais quem usa os DNS de forma legítima que quem os usa para aceder a conteúdo protegido por direitos de autor, abre mais um precedente grave: viola a neutralidade da rede, que é o princípio que garante que todos os dados na Internet são tratados da mesma forma, sem discriminação ou preferência.
É importante lutar pela neutralidade da rede e pela liberdade de expressão online. Devemos exigir que os governos e os tribunais respeitem estes princípios e que não interfiram no funcionamento da Internet. Se querem acabar com os streams investiguem e vão atrás de quem os disponibiliza e não dos serviços que garantem uma Internet sem censura.