De acordo com uma notícia do canal de TV JBTC da Coreia do Sul, o fornecedor de serviços de Internet KT, conhecido anteriormente como Korea Telecom, tomou medidas extremas para impedir os seus clientes de partilharem ficheiros através de Bittorrent.
Como explica o site TorrentFreak, a partilha de ficheiros através da Internet já não gera tanto tráfego como há anos, mas ainda é bastante popular na Coreia do Sul. Os serviços mais usados no país são os Web Hard Drive ou Webhard. Estes serviços também disponibilizam seeds para que os ficheiros se mantenham sempre disponíveis na rede de partilha Bittorrent.
A popularidade dos serviços Webhard chamou a atenção dos ISP devido ao custo das grandes quantidades de tráfego que são geradas pela utilização das partilhas em Bittorrent.
A KT, um dos maiores ISP da Coreia do Sul, já tinha estado envolvida num processo judicial em 2020 por reduzir a velocidade do tráfego (throttling) dos utilizadores. Na altura, a empresa ganhou o processo porque conseguiu justificar a redução de velocidade com os custos de gestão da rede. Agora, parece que a empresa está a fazer muito mais do que apenas reduzir a velocidade de acesso dos utilizadores.
Há quatro anos, muitos utilizadores dos serviços Webhard reportaram que os servidores ficaram offline ou que mostravam erros inexplicáveis. A única coisa em comum que esses utilizadores tinham era que todos eram clientes da KT. Agora, a investigação do canal JBTC descobriu que o ISP estava a instalar malware nos computadores usados nos serviços Webhard, afectando cerca de 600.000 clientes.
A KT tinha uma equipa dedicada ao desenvolvimento, distribuição e operação de malware e também outra equipa de vigilância e interferência nas transferências de ficheiros privadas dos clientes. A KT está agora a ser acusada de aceder e alterar dados nos computadores dos seus clientes para limitar o tráfego de Bittorrent.
A polícia do distrito de Gyeonggi, que levou a cabo uma acção de busca e apreensão no data center e na sede da KT, acredita que a empresa pode ter violado os Communications Secrets Protection Act e o Information and Communications Network Act em vigor na Coreia do Sul. Em Novembro de 2023, a polícia já tinha identificado 13 pessoas, incluindo empregados da KT e de empresas parceiras.