De acordo com a empresa de estudos de mercado e consultoria Quilty Space, os resultados do serviço de acesso à Internet via satélite Starlink da SpaceX estão a ultrapassar as expectativas do mercado a um ritmo muito acelerado.
O estudo da Quilty Space, apresentado ontem, indica que a facturação total do serviço Starlink vai chegar a 6,6 mil milhões de dólares em 2024.
Os primeiros 60 satélites da constelação Starlink foram lançados em Maio de 2019. Cinco anos depois, o serviço já tem cerca de 6000 satélites em órbita, com mais de 5200 operacionais e a fornecer acesso à Internet a 2,7 milhões de clientes em 75 países.
O estudo afirma que a facturação da Starlink passou de 1,4 mil milhões de dólares em 2022 para 6,6 mil milhões em 2024. Para contextualizar estes resultados, os dois maiores operadores de satélites geoestacionários, a Intelsat e a SES, têm uma facturação combinada de 4,1 mil milhões de dólares.
Segundo a Quilty, o segredo do sucesso está na quantidade de clientes. Em 2020 a Viasat e a Hughes, os maiores operadores de Internet via satélite dos últimos 20 anos, conseguiram chegar a um total de 2,2 milhões de assinantes. Já a Starlink, ultrapassou esse valor em muito menos tempo.
As estimativas indicam que do total de assinantes, cerca de 50000 são utilizadores em mobilidade, empresariais e governamentais.
O custo unitário dos satélites é mais um factor que contribuiu para o sucesso do Starlink. Cada veículo é substancialmente mais barato que qualquer outro na indústria. A primeira versão dos satélites Starlink custava cerca de 200000 dólares por unidade, a versão 2 custa 800000 dólares, mas os satélites são mais pequenos e mais pesados porque têm mais funcionalidades. Os futuros satélites de terceira geração vão ser ainda mais pesados e mais caros.
Para manter os custos unitários controlados, Elon Musk usou a receita de sucesso da Tesla também na SpaceX e Starlink. A integração vertical em que grande parte da produção dos satélites é da responsabilidade da SpaceX, evitando a compra de muitos componentes a outras empresas e também a produção rápida e em massa dos veículos.
Se o novo foguetão Starship da SpaceX começar as operações em 2025, a empresa deve começar logo a lançar os primeiros satélites de terceira geração.