A Randstad Research apresentou o seu mais recente estudo que revela que a IA possa levar à perda de 80,3 mil empregos no País nos próximos dez anos. O relatório ‘A IA e o mercado de trabalho português‘ faz a avaliação quantitativa e dá uma perspectiva qualitativa do impacto da inteligência artificial no mercado de trabalho português e inclui dados publicados por diversas instituições e consultoras.
Segundo os dados da Goldman Sachs, estima-se que 18% do trabalho poderia ser automatizado pela IA a nível mundial, principalmente nas economias desenvolvidas, impacto que poderia conduzir a um aumento da produtividade e, consequentemente, do PIB mundial anual em 7%.
A nível nacional, uso de IA pelas empresas na próxima década vai afectar os postos de trabalho existentes, prevendo-se que 9,7% deles (481 mil) corram o risco de serem automatizados. Além disso, 16% dos actuais postos de trabalho (795,2 mil) podem aumentar a sua produtividade com ajuda da tecnologia, enquanto para os restantes 3,7 milhões de empregos não se esperam efeitos significativos.
Ao mesmo tempo, a expansão da inteligência artificial vai criar novas profissões, o que se deverá traduzir na criação de 400,7 mil de novos postos de trabalho. A tecnologia vai levar, assim, a uma perda potencial de cerca de 80,3 mil empregos nos próximos dez anos.
A Randstad concluiu que as actividades administrativas (18%) e as informáticas e de telecomunicações (17%) são potencialmente as com maior risco de ter os seus processos automatizados. Isto não quer dizer que sejam os sectores com o maior impacto negativo já que as TI e as telecom são as áreas que mais deverão beneficiar da criação de emprego (29%). Além disso, as actividades de consultoria, científicas e técnicas (14%) e as actividades financeiras e de seguros (11%) são os sectores onde a IA vai provocar o maior surgimento de novas profissões.
Por outro lado, apenas 13,7% dos profissionais inquiridos pela Randstad estão muito preocupados com a possibilidade de perderem o emprego dentro de 12 meses em resultado da adopção da IA. Mas o nível de preocupação aumenta para 24,8% a cinco anos e passa para 38,2% quando o período é alargado a dez anos.