Quando se fala em ‘satélites portugueses’ é impossível não nos lembrarmos do PoSAT-1 e de Fernando Carvalho Rodrigues, o principal responsável pela sua construção. Este satélite entrou em órbita em 1993 e, trinta anos depois, ainda está no Espaço, embora já não comunique com a Terra.
O PoSAT-1 custou cinco milhões de euros e foi desenvolvido por um consórcio de empresas/instituições nacionais (INETI, EFACEC, OGMA, UBI e CEDINTEC e Marconi), a que se juntou a francesa Alcatel. A montagem aconteceu na Universidade de Surrey, em Inglaterra.
Quase trinta anos depois, o PoSAT-1 tem um sucessor: criado pelo CEiiA, o MH-1 (Aeros) é amanhã lançado para o Espaço, cerca das 22 horas, a partir da base da SpaceX, na Califórnia (EUA). O objetivo deste nanosatélite pela observação dos oceanos, em concreto da ZEE nacional.
O desenvolvimento foi assegurado por um consórcio liderado pelo CEiiA e pela Thales Edisoft Portugal, onde também está o Massachusetts Institute of Technology (MIT). SpinWorks, Dstelecom, Universidade do Minho, Universidade do Porto, Universidade do Algarve, Instituto Superior Técnico (IST), CoLab+ Atlântico, Okeanos e Air Centre são outros dos participantes.
Cada uma destas empresas foi responsável por elementos/funcionalidades do MH-1: por exemplo, o CEiiA «desenvolveu a estrutura» e fez a «integração completa, incluindo os testes de qualificação e logística associada ao lançamento»; a câmara hiperespectral é da Spinworks e as comunicações são asseguradas pela Dstelecom.
«O lançamento do MH-1 representa um passo de uma estratégia bastante mais alargada na área do Espaço que envolve o desenvolvimento da primeira família de satélites de alta e muito alta resolução que está já em desenvolvimento em Portugal», conclui o CEiiA.
Em Outubro de 2023, houve outro satélite português colocado em órbita: o Bei-Sat, desenvolvido por um grupo de alunos da Universidade de Aveiro, cujo objectivo foi fazer uma «monitorização atmosférica massiva».