A Voyager 1 da NASA, um dos veículos espaciais em funcionamento contínuo há mais tempo, está, neste momento, perdida no espaço sem enviar quaisquer dados para a Terra, incluindo a telemetria que é usada para alinhar e conduzir a nave.
De acordo com uma notícia publicada pelo site Ars Technica, que cita a NASA, o problema ficou a dever-se a um erro na memória volátil instalada no Flight Data System, ou FDS, um dos primeiros computadores instalados num veículo espacial a usarem este tipo de memória que é uma precursora da memória RAM usada actualmente. As duas naves Voyager foram lançadas em 1977, o que quer dizer que, apesar deste problema, os sistemas dos dois veículos estão a funcionar continuamente há 46 anos.
Mesmo que o problema actual com a memória seja resolvido, as duas naves Voyager vão eventualmente deixar de funcionar porque usam baterias nucleares que perdem um pouco da capacidade de gerar energia todos os anos devido à degradação do plutónio que é usado para gerar o calor que depois é convertido em energia eléctrica (os rovers que estão em Marte usam um sistema semelhante para gerar a energia de necessitam para funcionar). Isto tem obrigado os técnicos da NASA a desligarem vários instrumentos ao longo dos anos para manter a nave a funcionar.
A Voyager 1 é o objecto construído pela humanidade que viajou mais longe, estando neste momento a mais de 24 milhões de quilómetros do planeta Terra, já fora dos limites do nosso sistema solar.
A equipa da NASA responsável pela missão Voyager está a fazer os possíveis para salvar a Voyager 1, mas não há certezas de que consigam fazê-lo. Sem acesso aos dados de telemetria, é muito difícil identificar o problema concreto e as suas causas. Uma das soluções que estão a ser consideradas consiste no envio dos mesmos comandos que serviram para controlar a nave quando esta passou pelo planeta Jupiter há mais de 40 anos e assim revelar o problema concreto na memória do FDS.