Para o CEO da Microsoft, Satya Nadella, não é apenas a inteligência artificial que pode potencialmente destruir a sociedade tal como a conhecemos, a ordem mundial pode ser destruída em resultado das actividades de hackers ligados aos estados e para tentar impedir isto, Nadella sugeriu a criação de uma “Convenção de Genebra” para definir regras para as futuras guerras digitais.
Numa entrevista concedida à NBC, o CEO da Microsoft falou sobre vários tópicos, incluindo o impacto da inteligência artificial, as eleições presidenciais americanas de 2024 e a confirmação de que o grupo de hackers russo Cozy Bear conseguiu aceder à rede interna da Microsoft no final do ano passado.
Nadella respondeu à pergunta se a descoberta da intrusão dos hackers alarmou o governo dos EUA e a própria Microsoft, por causa da estreita colaboração que existe entre a empresa o governo:
“Quando se enfrenta um adversário que é uma nação ou estado que tem força institucional, com organizações bem equipadas e que não desistem dos ataques, fico contente de saber que temos a capacidade de detectar o que andam a fazer no ciberespaço.”
O CEO disse que não é só uma questão de as empresas privadas aprenderem a lidar com este tipo de incidentes, porque quando os estados estão envolvidos trata-se de “diálogo completamente diferente”.
O chefe da Microsoft deu a ideia de os Estados Unidos, a Rússia e a China criarem uma espécie de “Convenção de Genebra” digital para regular os conflitos no espaço digital. Porque, sem um acordo deste tipo quando duas nações começam a lançar ciberataques uma contra a outra, principalmente quando os alvos são civis, a ordem mundial pode ser seriamente afectada.
As Convenções de Genebra são um conjunto de documentos que servem para regular vários aspectos da conduta dos beligerantes durante um conflito armado entre nações e foram assinados por 196 estados.
A ideia da Microsoft para a criação de uma Convenção de Genebra para os conflitos digitais surgiu em 2017. Nessa altura, a Microsoft afirmou que o sector das tecnologias e os grupos da sociedade civil podem apontar o caminho para um acordo legal que assegure um ciberespaço seguro e estável.