O “gigante” do código aberto enfrenta o “titã” comercial: nesta batalha épica, o Linux emerge como o herói incontestável, superando o Windows em diversas áreas. Neste artigo, vamos mencionar seis motivos pelos quais o Linux continua a ser a escolha mais acertada.
1 -Desempenho e estabilidade
Imaginem o vosso sistema operativo como um automóvel de corridas: Linux seria o que desliza suavemente pela pista, enquanto o Windows, o que às vezes “engasga”. Além de haver estatísticas que mostram que os servidores baseados em Linux têm uma taxa de disponibilidade superior ao do Windows Server, esta plataforma é conhecida por gerir melhor múltiplas tarefas em simultâneo, sem que isso afecte o desempenho consistente, ao longo do tempo. Num contexto de uso doméstico, verificamos o mesmo em tarefas diárias, como navegar na Internet, reproduzir áudio, vídeo e editar texto. Em tudo, o Linux mantém o equilíbrio durante mais tempo, com menos falhas e paragens.
2- Segurança fortalecida
Num mundo digital repleto de ameaças, a segurança é fundamental. O Linux é como um guarda-costas que protege incansavelmente o sistema. A sua arquitectura, resistente a ameaças, oferece uma barreira significativa e uma sensação adicional de segurança ao navegar na Internet, fazer transacções online e gerir informações confidenciais. Enquanto o Windows é frequentemente alvo de ataques de malware e vírus, o Linux permanece, na maior parte das vezes, imune. De acordo com estatísticas da CVE (Common Vulnerabilities and Exposures), em 2022, o Linux registou menos de metade das vulnerabilidades do Windows e registou uma maior rapidez de resposta perante uma falha. Isto deve-se à sua abordagem de código aberto e a uma comunidade activa e motivada, que destacaremos mais a frente.
3- Flexibilidade e personalização
O Linux é como se fosse um “quadro em branco” do mundo da computação, uma vez que permite que façamos a nossa própria “pintura”. Ao contrário do Windows, que muitas vezes impõe limitações, o Linux oferece liberdade total para personalizar a experiência: desde a escolha da ‘interface’ gráfica à instalação seletiva de pacotes, permite moldar uma distribuição conforme as suas necessidades específicas. É claro que nem todos preferem ter esta flexibilidade, mas haver a possibilidade de o fazer é mais aliciante que o contrário. Para exemplificar, imagine que vê um modelo de smartphone de que gosta e percebe que não tem, por exemplo, NFC. Contudo, apesar de não usarmos este tipo de conectividade, provavelmente não vamos escolher um telemóvel que não a inclua. É esta a sensação de usar um sistema sem as restrições comuns do Windows.
4- Actualizações descomplicadas
Ninguém gosta de ser interrompido por actualizações inoportunas. Quantas vezes é que isto acontece no Windows? O Linux é famoso por ter updates suaves, sem interrupções, que mantêm o sistema operativo actualizado, sem interromper o nosso trabalho diário. A arquitectura de gestão de pacotes do Linux permite que as actualizações sejam feitas sem necessidade de reiniciar o computador (ou, nos casos em que isso seja necessário, apenas será feito por nossa vontade e não de forma automática, sem estarmos a contar com isso).
5- Gratuito e livre
Num mundo onde cada cêntimo conta, o Linux oferece uma alternativa gratuita e robusta ao oneroso Windows. Enquanto o último é pesado no bolso, distribuições Linux como Ubuntu, Fedora e Debian estão disponíveis gratuitamente: isto é o equivalente a escolher um buffet livre em vez de pagar por cada prato. Além disso, a maioria das aplicações e ferramentas de desenvolvimento de software open source são compatíveis com Linux, o que permite uma poupança adicional, como referimos no artigo da edição anterior da PCGuia.
6- Apoio de uma comunidade activa
A comunidade Linux é famosa por estar sempre pronta a oferecer apoio e soluções para qualquer problema – fóruns, documentação extensa e canais de comunicação ao vivo são como uma luz orientadora. Enquanto o Windows só dá apoio técnico, a comunidade Linux tem uma autêntica rede de segurança e de entre-ajuda.
Conclusão
À medida que avançamos para o novo ano, é hora de considerar dar as ‘boas-vindas’ a uma mudança de sistema. Mas será que vai conseguir cortar radicalmente a relação com o sistema operativo com que está familiarizado de um dia para o outro? Dificilmente. No meu caso, ainda estive uns anos a usar dual-boot, até desinstalar por completo o Windows, porque cheguei à conclusão de que o que faço em Windows, faço em Linux – assim, aceitei o resultado desta escolha.
Cada sistema tem os seus pontos positivo e negativos, cada pessoa tem as suas necessidades, gostos, alvos, escolhas: por isso, nada é preto e branco. As vantagens mencionadas neste artigo, bem como na maioria dos artigos já escritos, mostra que o Linux, no geral, vai servir para a grande parte das tarefas diárias de qualquer pessoa, sem comprometer a segurança e estabilidade.
Sugiro que considere a troca de Windows para Linux como um objetivo interessante para 2024. Por exemplo, escolha uma das dezenas de distribuições das quais já falámos aqui, como o Mint ou o Ubuntu – leia a documentação e familiarize-se com ela. Não caia no erro de saltar de distribuição em distribuição (contra mim falo): comece com uma, conheça-a e instale as aplicações que usa no Windows. Se alguma não for compatível, procure uma alternativa de código aberto; se não encontrar, avalie as vantagens e desvantagens de não a ter instalada.
Caso chegue à conclusão de que o Linux não responde às suas necessidades e propósitos diários, em casa, tudo bem – o mundo não vai acabar por causa disso, mas o resultado da aplicação desse conhecimento dará mais peso à sua escolha. Que este seja o ano em que a “revolução Linux” começa em cada lar, a começar no seu.